Geração Z enfrenta mais desafios que seus pais ao crescer sob pressão constante
Geração Z enfrenta mais desafios que seus pais ao crescer sob pressão constante
Ansiedade e comparações constantes revelam a urgência de um olhar mais humano sobre o aprendizado em um mundo que cobra resultados imediatos
A geração Z está chegando ao mundo adulto com um combo de habilidades digitais e uma forte consciência social. Em meio à transição entre escola, mercado de trabalho e vida pessoal, esse grupo cresce cercado por uma avalanche de informações, notificações e comparações constantes nas redes sociais, uma realidade bem diferente da que seus pais viveram.
A rotina acadêmica é marcada por cobranças de desempenho, produtividade e pela sensação de que é preciso decidir o futuro o quanto antes. Paralelamente, o avanço da Inteligência Artificial (IA) transformou as formas de estudar e trabalhar, exigindo novas competências para acompanhar o ritmo acelerado dessas mudanças.
De acordo com a pesquisa Engaja S/A, feita pela Flash em parceria com a FGV EAESP, 25% dos trabalhadores da geração Z relatam ansiedade diária, a maior taxa entre todas as gerações. Este dado, que aponta a vulnerabilidade dessa turma a problemas de saúde emocional, intensifica a necessidade de um olhar mais atento.
Para Victor Cornetta, especialista em desenvolvimento estudantil e fundador da Kaizen Mentoria, mesmo com mais recursos tecnológicos disponíveis, muitos estudantes enfrentam dificuldades para manter o foco e alcançar bons resultados. “Os alunos de hoje têm mais ferramentas, mas também muito mais ruído. Com tantas opções, decidir o que fazer e como estudar se torna mais complexo. Além disso, as matérias estão mais densas, as provas mais concorridas e as atividades extracurriculares mais exigentes. Tudo isso gera sobrecarga, ansiedade e dificuldade de concentração”, explica.
Cornetta destaca que, enquanto os pais dessa geração tiveram uma formação com menos distrações e mais estabilidade, os atuais crescem em um ambiente de alta exposição e imediatismo. “Com mais possibilidades, vem também a responsabilidade de filtrar o que é produtivo e o que é apenas distração. Por isso, organização, clareza de propósito e uma metodologia de estudos bem estruturada são fundamentais. O aluno precisa aprender a separar o que é importante para ele”, completa o especialista.
O contraste com gerações anteriores é evidente. Enquanto os pais da geração Z viveram uma juventude marcada por rotinas mais lineares e previsíveis, os jovens de hoje enfrentam um cenário em constante mudança, onde o excesso de estímulos redefine até mesmo a forma de aprender e se relacionar. A pressão não vem apenas das escolas, mas também das redes sociais e das comparações inevitáveis com o sucesso alheio, o que reforça a importância de desenvolver uma identidade sólida e estratégias de autocontrole emocional.
Quando bem orientada, essa geração demonstra uma capacidade notável de inovação, engajamento social e pensamento analítico. São jovens que valorizam a diversidade, buscam propósito e questionam modelos ultrapassados de ensino e trabalho, o que representa uma mudança positiva.
Victor destaca que o papel da educação é canalizar esse potencial sem sufocar a autonomia do estudante. “A missão não é preparar o aluno apenas para provas, mas para a vida. Isso significa desenvolver clareza, disciplina e autoconfiança para que ele saiba estudar, trabalhar e lidar com a pressão de forma saudável. A tecnologia pode, e deve ser uma aliada, desde que usada como ferramenta”.
No fim, o desafio para esses jovens reflete o de toda uma era: equilibrar o poder do digital com a essência do humano. Diante de pressões crescentes, é indispensável repensar modelos educacionais que valorizem o autoconhecimento, a autonomia e o equilíbrio emocional.
Sobre a Kaizen
Fundada em 2020, a Kaizen é uma startup de educação com foco em mentorias personalizadas para estudantes do Ensino Fundamental ao Superior. Combinando orientação acadêmica, personalização de estudos e tecnologia, a empresa já atendeu milhares de alunos em diversas regiões do país, promovendo autonomia, estrutura e desempenho.

