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Mapeamento do Serviço Geológico do Brasil aponta áreas de risco em Ouro Preto (MG)

Região afetada por deslizamento nesta quinta-feira (13) foi identificada pelo órgão federal em 2012, com reavaliação realizada em 2016

O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), empresa pública do Governo Federal vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), é responsável desde 2012 pela identificação, avaliação e classificação de risco de áreas que podem sofrer perdas ou danos causados por eventos de natureza geológica, a exemplo de deslizamentos e inundações. Já são mais de 1600 municípios mapeados neste período. Entre eles está Ouro Preto, em Minas Gerais, onde um deslizamento atingiu imóveis nesta quinta-feira, dia 13. Conforme mapeamento do SGB-CPRM, foram identificados na cidade mineira 313 setores classificados entre alto e muito alto risco.

A setorização das áreas de risco é um trabalho importante que pode preservar vidas, mitigar danos e poupar recursos dos municípios e estados em ações de reparo após perdas. No caso de Ouro Preto, as informações contribuíram com o trabalho da Defesa Civil Municipal e do Corpo de Bombeiros, que, devido ao conhecimento das áreas mapeadas pelo SGB-CPRM, puderam evacuar em tempo hábil as famílias que estavam alocadas em áreas que poderiam ser afetadas por novos deslizamentos. Segundo o poder público municipal, não foram registradas perdas de vidas; o deslizamento registrado atingiu dois imóveis, sendo um de valor histórico.

O geólogo Julio Lana foi um dos pesquisadores em geociências do SGB-CPRM que atuaram na ação emergencial para reconhecimento de áreas de alto e muito alto risco a movimentos de massa — deslizamentos — e enchentes em Ouro Preto. Ele explica que a região afetada foi avaliada pela primeira vez em 2012, com reavaliação realizada no ano de 2016. O relatório do mapeamento aponta que o alto número de setores de risco é resultado da expansão desordenada da urbanização, combinada com a geomorfologia da região. “O crescimento urbano do município se deu e continua avançando sobre as encostas onde boa parte das construções não possui acompanhamento técnico adequado”, diz trecho do relatório dos pesquisadores.

O mapeamento traz como uma das áreas críticas em relação ao risco geológico a região do Morro da Forca, no centro histórico de Ouro Preto, onde foi registrado o deslizamento que atingiu imóveis. A ocorrência, segundo alertam os pesquisadores no relatório, pode ser comum no período de chuva intensa e prolongada. Todas as áreas onde o risco foi identificado estão listadas no relatório, entregue ao poder público municipal após a publicação dos documentos no portal do SGB-CPRM.

Além de Ouro Preto, outras 190 cidades de Minas Gerais já foram mapeadas. Todas as informações são públicas e estão disponíveis para consulta no Repositório Institucional de Geociências do SGB-CPRM aqui . Para consultar os relatórios e informações técnicas sobre o mapeamento de Ouro Preto, basta acessar aqui .