Política

Ministro do STF diz admirar a livre iniciativa e o empreendedorismo

 

 

 

Luís Roberto Barroso fala de democracia e outros temas, no encerramento
da 1ª Capacitação Política, da FIEMG, em BH

 

Ministro do STF Luís Roberto Barroso faz palestra de encerramento da 1ª Capacitação Política, no projeto Imersão Indústria, da FIEMG
(Fotos Sebastião Jacinto Júnior)

 

 

Um entusiasta da livre iniciativa, do empreendedorismo, de quem faz pelo Brasil. Assim o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso definiu a si mesmo, no encerramento da 1ª Capacitação Política, curso de introdução do projeto Imersão Indústria, realizado pela FIEMG, entre 7 de março e este 4 de abril.
No palco do Centro Cultural SESIMINAS, ao falar sobre o tema “A Constituição Federal e a Interface entre os Três Poderes”, Barroso destacou dois papéis do processo democrático: o de geração e o de distribuição de riquezas. E, essa distribuição, se dá, ressaltou, pela atuação da livre iniciativa.

Luís Roberto Barroso e o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, no palco do Centro Cultural SESIMINAS

Em coro com o ministro do STF, o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, reforçou que “o empreendedorismo tem esse potencial de incluir milhões de pessoas”. O líder empresarial enfatizou ainda que a FIEMG vem intercedendo por uma reforma trabalhista mais ampla, que contemple a redução do custo do trabalho. “Temos uma das cargas tributárias mais altas do mundo sobre o trabalho. Defendemos a exclusão da área do trabalho como fonte de arrecadação”, pontuou.

Como ideologia vitoriosa do século 20, a democracia constitucional, ponderou ainda o ministro do STF, se compõe pela soberania popular, por eleições livres e por um governo da maioria. “A democracia contemporânea é feita de voto, direito e razões. Não se resume ao momento do voto. Ela se consolida no debate público constante”, definiu.
Esse processo, prosseguiu, contempla uma independência orgânica, na qual nenhum poder — Executivo, Legislativo e Judiciário — está subordinado ao outro. “Os poderes se controlam entre si e se respeitam, para que nenhum deles seja absoluto. As constituições fazem arranjos para que nenhum poder seja hegemônico”, orientou Barroso.
Em uma verdadeira aula de história política, o ministro do STF lembrou a ascensão do Judiciário após a Segunda Guerra Mundial, especialmente, com a implementação das supremas cortes. Isso se deu, assinalou, a partir do entendimento de que o Judiciário forte e independente protege direitos e a democracia.

 

Constituição

No caso do Brasil, delineou, prevalece um arranjo constitucional — definido a partir da Constituição de 1988 — que coloca o Supremo Tribunal Federal (STF) como um protagonista institucional. “O Supremo não se mete nesse ou naquele tema. A Constituição prevê ações do STF, que ocorrem a partir de protocolos dos mais diferentes atores. Não é incomum que temas eticamente controversos sejam decididos no Supremo. No Brasil, tudo deságua no Supremo, e, aí, é impossível agradar a todo mundo”, considerou.
Barroso lembrou, como um desses casos de protagonismo e superexposição do STF, o julgamento da Corte que decidiu pela legitimidade de estados e municípios tomarem, assim como o governo federal, deliberarem para proteger suas populações contra a Covid-19. Segundo ele, foi uma decisão totalmente baseada na Constituição.

 

3ª Revolução Industrial

A economia do conhecimento, também conhecida por inúmeras outras expressões, como Revolução Digital, pela qual a internet transformou a comunicação social e a pessoal, a partir de meados do século 20, foi avaliada por Barroso como portadora de prós e contras. “A internet democratizou o acesso ao espaço público. Mas, como subproduto, garantiu lugar à mentira. Esses subprodutos impactam a democracia. O mau uso da internet compromete os três pilares da democracia — soberania popular, por eleições livres e por um governo da maioria”, observou.
Nesse sentido, o ministro defendeu a regulamentação capaz de proteger os dados, as informações, do uso abusivo. “É preciso regular para proteger a privacidade e evitar conteúdos inadequados, que desestabilizam o processo democrático. O problema é a amplificação da mentira. É necessário controlar a mentira”, reforçou.
“O universo protege as pessoas que se movem pelo bem público. Uma causa que precisa de ódio não é uma boa causa. A grosseria não é uma forma legítima de comunicação. É apenas uma derrota do espírito. O Brasil precisa de dois pactos: uma evolução institucional e outra espiritual. É isso que vai nos tornar desenvolvidos”, refletiu Barroso.

 

Veja aqui mais imagens do encerramento da 1ª Capacitação Política.

 

 

Próximo evento do projeto Imersão Indústria:

1º Congresso Direito Empresarial

Dias 19 e 20 de maio, das 9h às 18h

Palestra simultâneas com grandes nomes do Direito Tributário, Trabalhista e Previdenciário, Economia, Energia e Meio Ambiente

Em breve, link para inscrições.