Memorial Vale apresenta a performance “Da Terra: Espetáculo Performativo”, com Jonata e Nayara Leite
No sábado haverá bate-papo sobre o acesso dos bebês à arte e à cultura, com o professor Paulo Fochi
O Memorial Vale traz esta semana um espetáculo que é um chamado ao legado afro-indígena presente na vida cotidiana. Trata-se a performance “Da Terra: Espetáculo Performativo”, com Jonata e Nayara Leite, em que os artistas se vestem com plantas e raízes e poderá ser visto na quinta-feira dia 28, às 19 horas. No sábado (30) das 10h30 às 12h30, ainda dentro da programação Agosto das Crianças, haverá o bate-papo “O direito ao acesso de bebês e crianças à arte, cultura e beleza”, com o professor doutor em Educação pela USP, Paulo Fochi. Os dois eventos são gratuitos.
Exposição Araetá
Está em cartaz até 5 de novembro a exposição “Araetá a literatura dos povos originários”, que apresenta a produção literária de 40 diferentes povos dentre as 305 etnias existentes no Brasil. Trata-se de uma produção literária composta por 335 títulos, de 110 escritores, publicados por 120 diferentes editoras brasileiras. É atualmente a maior reunião, em um espaço exclusivo, das produções de literatura indígena no Brasil feitas desde 1998.
Contação de histórias e visita mediada em Araetá
O Educativo do Memorial Vale convida o público a participar de duas ações junto de “Araetá” aos sábados e domingos. Às 10h30, a equipe do Educativo oferece um momento de contação de histórias a partir dos livros presentes na exposição. Em seguida, às 11 horas, haverá uma visita mediada à exposição, para que os visitantes possam descobrir a riqueza da literatura brasileira protagonizada pelos autores indígenas.
O Memorial Vale, um dos espaços culturais do Instituto Cultural Vale, fica na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, e tem entrada gratuita. Saiba mais em https://memorialvale.com.br/pt/ .
CONFIRA OS DETALHES DA PROGRAMAÇÃO DESTA SEMANA:
Dia 28 de setembro – 19h – Da Terra: Espetáculo Performativo, com Jonata e Nayara Leite
Na quinta-feira, dia 28 de setembro, às 19 horas, o Memorial Vale recebe a performance “Da Terra: Espetáculo Performativo”, com Jonata e Nayara Leite. O espetáculo fala sobre as heranças transmitidas pelos saberes das plantas, na instauração de um corpo quintal que se estabelece por meio de um mascaramento realizado com folhas, frutos, raízes e legumes do dia a dia afro-indígena brasileiro. O objetivo do trabalho é sensibilizar o público para o legado afro-indígena no cotidiano, por meio da relação com a terra, compreendendo seus ciclos de plantar e colher. O evento integra o projeto Convocatórias 2022 e faz parte da 17ª Primavera dos Museus. A entrada é gratuita e é preciso retirar os ingressos uma hora antes do evento, sendo no máximo um ingresso por pessoa, pois os lugares são limitados.
Jonata, cria das Minas Gerais, é artista da escrita, das artes visuais, do cinema e das artes do corpo. É também professor, gestor cultural e geógrafo, atuando como curador em residências artísticas, festivais culturais e seminários. Fundou e permanece integrante da Companhia Artística TeAto do Amanhã, da equipe criativa Paubrasil e da Escola Indisciplinada.
Nayara Leite nasceu em Ribeirão das Neves (MG) e iniciou seus estudos teatrais na escola de arte Valores de Minas (2014). É formada em Licenciatura e Técnico em Teatro pela UFMG. Em sua trajetória artística, integra a Companhia Teatro do Amanhã, sendo uma das idealizadoras do projeto A Minha Família Conta, que investiga o ato de
recontar histórias familiares.
Dia 30 de setembro (sábado), das 10h30 às 12h30 – Bate-papo “O direito ao acesso de bebês e crianças à arte, cultura e beleza”, com Dr. Paulo Fochi
No sábado, dia 30 de setembro, das 10h30 às 12h30, o Memorial Vale recebe, ainda dentro da programação Agosto das Crianças, o bate-papo “O direito ao acesso de bebês e crianças à arte, cultura e beleza”, com o professor doutor em Educação pela USP, Paulo Fochi. Será uma conversa direcionada a professores, pais, mediadores culturais, educadores sociais, recreadores, pesquisadores e artistas que estejam interessados em pensar sobre a presença de bebês e crianças em espaços culturais e o seu direito à arte, beleza e cultura. A conversa acontecerá ao vivo no auditório do Memorial Vale e também será transmitida pelo YouTube, com com acessibilidade em libras. A entrada é gratuita e é preciso retirar os ingressos meia hora antes do evento, sendo um por pessoa, pois os lugares são limitados.
Paulo Fochi é doutor em Educação (USP), professor (Unisinos) e fundador do Observatório da Cultura Infantil (Obeci). Conferencista nacional e internacional. Já atuou em diversos trabalhos junto ao Ministério da Educação, entre eles, como um dos quatro consultores para a elaboração da Base Nacional Comum Curricular para a Educação Infantil. Atua no assessoramento de escolas privadas além de Redes Municipais de Ensino e produções culturais e artísticas para crianças. É colunista do Portal Lunetas e tem publicado especificamente no campo da Pedagogia da Infância, Educação Infantil, Bebês, Documentação Pedagógica e Formação de Professores. Saiba mais sobre Paulo Fochi na página: @paulofochi.
Exposições em andamento no Memorial vale
Até 5 de novembro – Araetá: a literatura dos povos originários
O Memorial Vale recebe até o dia 5 de novembro a exposição “Araetá: a literatura dos povos originários”, que apresenta a produção literária de escritores indígenas de 1998 até dos dias atuais. Dentre as 305 etnias existentes no Brasil, 40 diferentes povos têm a literatura representada nesta exposição, compondo uma produção literária de 335 títulos de 110 escritores publicada por 120 diferentes editoras brasileiras. Os escritores estão divididos por biomas – Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Mata Atlântica. As produções literárias são fruto das obras de nomes como Ailton Krenak, Davi Kopenawa, Cristino Wapichana, Álvaro Tukano, Daniel Munduruku, André Baniwa, Yaguarê Yamã, Márcia Kambeba, Auritha Tabajara, Graça Graúna, Kaká Werá Jekupé, Olívio Jekupé, Werá Jeguaka Mirim e Maria Kerexu, Gleycielli Nonato e Marcos Terena, entre outros.
Partindo de uma catalogação da literatura de autoria indígena no Brasil, a exposição, apresentada pelo Instituto Cultural Vale e pelo Ministério da Cultura, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, contempla livros escritos e narrados por indígenas em língua portuguesa e nativa, apresentando ao público um acervo nunca antes reunido.
Araetá tem curadoria de Ademario Payayá, escritor e educador, e Selma Caetano, gestora cultural à frente do Prêmio Oceanos, uma das maiores premiações de literatura em Língua Portuguesa do mundo. A consultoria literária é do escritor Daniel Munduruku e do linguista e professor Ariabo Kezo, que faz a narrativa de apresentação do percurso expositivo.
A exposição
A exposição é composta por duas salas que formam um percurso da produção literária indígena no Brasil, mas não só. Ao lado dos livros expostos há vídeos, áudios, fotografias e ilustrações que revelam ao visitante o contexto em que vivem os autores, seus territórios, lutas e cultura.
Muito se escreveu e se escreve sobre os povos originários, mas Araetá aposta no protagonismo dos escritores indígenas para contar e atualizar sua própria história. “Esta exposição reúne os nomes mais influentes e importantes entre escritores e pensadores das questões e arte indígena da atualidade. A literatura permite que os indígenas falem por si e mostrem suas cosmovisões e sua atuação na preservação dos seus territórios”, observa o diretor do Memorial Vale, Wagner Tameirão.
Além das obras literárias, o público poderá ver ilustrações, vídeos e fotografias feitas nas aldeias pelos indígenas ou para os indígenas, por nomes como Sebastião Salgado, Maureen Bisilliat, Alice Arida, Denilson Baniwa, Cleber Kronun de Almeida (fotógrafo e cineasta do povo Kaingang), Richard Werá Mirim (do povo Guarani) e João Farkas, entre outros.
A literatura indígena
A publicação de livros com autoria indígena é um fenômeno relativamente recente. Na década de 1970, a escritora Eliane Potiguara mimeografou e publicou inúmeras poesias e cartilhas didáticas. Uma década depois, Umúsin Panlõn Kumu e Tolamãn Kenhíri, do povo Desana, publicaram oficialmente o primeiro livro de autoria indígena, “Antes o mundo não existia”. De lá para cá, muita coisa aconteceu e a exposição se propõe a retratar o cenário da literatura indígena que vem se formando desde então.
“Já se disse que os povos indígenas são de tradição oral e que, por conta disso, não podem, não sabem e não precisam fazer literatura. Tal afirmação se justifica dentro de um entendimento antigo que não compreende ou não quis compreender a dinâmica da cultura humana: ela está em movimento. Engana-se, portanto, quem acredita que os povos indígenas são humanos presos a um passado ancestral e que sua existência se deve a um permanente apego ao já vivido”, diz Daniel Munduruku.
Salvaguarda da cultura indígena
A exposição faz parte de um conjunto de iniciativas do Instituto Cultural Vale pela preservação e valorização das culturas indígenas. No dia 26 de setembro, o Centro Cultural Vale Maranhão abrirá ao público a exposição “Maranhão: Terra Indígena”, panorâmica que apresentará os povos indígenas do estado por meio da sua produção de artefatos e artes ancestrais, com uma imersão do público em seus modos de vida por meio de objetos, mapas, fotos e vídeos. A exposição contará também com filmes produzidos no projeto Vidas Indígenas Maranhão, realizado pelo Museu da Pessoa com patrocínio do Instituto Cultural Vale: no projeto, jovens dos povos Ka’apor, Awa-Guajá e Guajajara receberam formação em produção audiovisual e metodologias de preservação de memória. Assim, eles se tornaram “Guardiões da Memória” de histórias de vida de suas aldeias. Como um dos legados do projeto, os equipamentos de filmagem e computadores são doados para as comunidades.
Até 31 de dezembro – Exposição Rios de Lembranças: (en)Cantos das Lavadeiras de Almenara, de Jéssica Marroques
O Memorial Vale está com a exposição “Rios de Lembranças: (en)Cantos das Lavadeiras de Almenara”, de Jéssica Marroques. A exposição integra o projeto Novos Pesquisadores, do Educativo do Memorial Vale e mostra o resultado do trabalho acadêmico de Jéssica Marroques, que é licenciada em Artes Visuais (UEMG) e bacharel em Cinema e Audiovisual (UNA). Este evento faz parte da 17ª Primavera dos Museus.
Jéssica é especialista em Arte e Movimento, mestra em Estudos do Lazer (UFMG) e doutoranda em Educação (UFMG). O trabalho de Jéssica destaca como as memórias constroem retalhos na costura de um rio largo de afetos. “Onde eu nasci, passa um rio. Onde a maioria de nós nasceu, cresceu e viveu ainda passa um rio”, observa. Suas águas revelam as vidas de mulheres lavadeiras, que guardam a sabedoria dos cantos e dos sonhos à procura do tempo. Jéssica Marroques nasceu nas margens do Ribeirão Arrudas, em Contagem/MG. Das águas que ali brotavam escutava de sua avó a memória de um rio vivo e forte. Esta é a paisagem que emerge na pesquisa da artista, em um diálogo entre o passado e o presente, buscando evidenciar a prática dos trabalhos manuais.
Até 28 de Janeiro de 2024 – Exposição De Fotografias “Sob O Mesmo Céu”, De Sylvie Moyen
O Memorial Vale recebe até 28 de janeiro a exposição de fotos “Sob o mesmo céu”, de Sylvie Moyen, clicadas quando ela esteve em viagem a países como Peru, Papua Nova Guiné, Mongólia, Myanmar e Índia. Países singulares que estão, ao fim e ao cabo, sob o mesmo céu do planeta. O evento integra o projeto Mostra de Fotografia, que tem curadoria de Eugênio Sávio e faz parte da 17ª Primavera dos Museus.
A belo-horizontina Sylvie Moyen, nascida em 1973 e filha de imigrantes, é fascinada por máquinas fotográficas desde criança, por influência do pai, com quem aprendeu a registrar viagens familiares. O núcleo familiar também proveu o contato com a pintura: com a mãe, que tinha um ateliê de pintura, ela aprendeu a misturar e criar cores.
Sylvie cresceu nesse universo criativo e seguiu a verve artística familiar por meio de estudos e ofícios. Ela, que é bacharel em Comunicação Social pela UFMG (1994) e mestre em Belas Artes (MFA) pela Indiana University (Bloomington, 1999), trabalhou por mais de 20 anos como designer gráfica, sem nunca abandonar as câmeras
Ela, que sempre manteve a fotografia como atividade paralela, em 2017 tomou a decisão de migrar definitivamente para a fotografia, unindo duas paixões: viajar pelo mundo e realizar registros poéticos de sua diversidade. Essa exposição, fruto desses encontros culturais que a artista realizou ao escolher a fotografia como protagonista de seu destino, é viabilizada pelo Instituto Cultural Vale. Mais informações em @sylviemoyen.
Serviço: Memorial Minas Gerais Vale
Endereço: Praça da Liberdade, nº 640, esquina com Rua Gonçalves Dias, Savassi.
Horário de funcionamento: Terça, quarta, sexta e sábado: das 10h às 17h30, com permanência até as 18h. Quinta, das 10h às 21h30, com permanência até as 22h. Domingo, das 10h às 15h30, com permanência até as 16h. Entrada Gratuita
Memorial Minas Gerais Vale
O Memorial Minas Gerais Vale, um dos espaços culturais do Instituto Cultural Vale, já recebeu mais de 1,1 milhão de pessoas, de todos os lugares do Brasil e de outros continentes. São mais de 1.600 eventos realizados e cerca de 200 mil pessoas em visitas mediadas. Integra o Circuito Liberdade, em Belo Horizonte, um dos maiores complexos de cultura do Brasil. Caracterizado como um museu de experiência, com exposições que utilizam arte e tecnologia de forma intensa e criativa, é um dos vencedores do Travellers’ Choice Awards do TripAdvisor. Na curadoria e museografia de Gringo Cardia, cenários reais e virtuais se misturam para criar experiências e sensações que levam os visitantes do século XVIII ao século XXI. Mais que um espaço dedicado às tradições, origens e construções da cultura mineira, o Memorial é um lugar de trânsito e cruzamento entre a potência da história e as pulsações contemporâneas da arte e da cultura, onde o presente e o passado estão em contato direto, em permanente renovação. É vivo, dinâmico, transformador e criador de confluências com artistas independentes e com diversos segmentos da cultura mineira.