Joe Biden tem mais desafios do que feitos para serem apresentados neste State of the Union 

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Fonte: Roberto Uebel – professor de Relações Internacionais da ESPM 

O discurso do presidente Joe Biden no State of the Union deste ano, que acontece em 7 de março, terá uma narrativa para ser utilizada em sua campanha eleitoral do que de fato uma efetiva prestação de contas do que tem feito em seu governo no último ano, na avaliação do professor de Relações Internacionais da ESPM, Roberto Uebel. “Biden tem uma série de desafios, primeiro para conseguir a popularidade dentro do seu próprio partido, o Partido Democrata, e dentro do seu eleitorado, que vê com grande rejeição sua indicação à reeleição”, diz.

Segundo Uebel, o governo de Biden passou também por uma série de desafios, entre eles inflação elevada após o início da guerra na Ucrânia, além da dificuldade de gerar empregos e de controlar a taxa de juros. “São o tripé da economia: desemprego, juros e inflação. Além disso, o país apresentou um crescimento econômico muito tímido face às demais economias do G7 e principalmente do G20”, diz. O especialista lembra que Rússia, sob sanções econômicas, e Estados Unidos cresceram praticamente no mesmo patamar nos últimos anos. “Acredito que Biden provavelmente vai construir um discurso muito lastreado, digamos assim, no marketing político, colocando seus feitos ou até mesmo maquiando aquilo que ele tentou fazer ao longo de seu governo.”

Quando Biden assumiu a presidência, quase quatro anos atrás, sua pauta principal era a questão do combate às mudanças climáticas, a promoção da democracia e dos direitos humanos e a flexibilização das políticas migratórias. O que aconteceu nesses quatro anos foi o envolvimento dos Estados Unidos na guerra na Ucrânia, com apoio direto ao governo Vladimir Zelensky, uma dificuldade de conter os avanços de Israel na guerra ao Hamas, que tem efeitos diretos à população inocente civil palestina, inclusive com denúncias de violação de direitos humanos e também uma dificuldade do governo Biden de criar uma agenda para mitigação dos impactos das mudanças climáticas. “Estados Unidos não foi protagonista nessa agenda e sim outros países como a própria China e países europeus, inclusive o Brasil”, diz Uebel. “E com relação à questão migratória esse talvez seja o ponto mais central, que não conseguiu conter a grande leva de imigrantes em situação irregular, gerando inclusive uma crise humanitária, e que é alvo tanto da insatisfação de democratas como de republicanos de não conseguir criar uma política de refúgio ou até mesmo uma política de deportação humanitária, se é que existe isso quando se fala de migração irregular.”

Biden tem mais desafios do que feitos para serem apresentados neste State of the Union e que serão entraves para sua tentativa de reeleição em novembro deste ano.

O especialista está à disposição para conceder entrevistas.

 

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