Fortaleza de São José de Macapá começa a ser restaurada

 

Início das obras de restauração do principal cartão-postal do Estado do Amapá e maior fortificação da América Latina começou nesta manhã, em solenidade que contou com a presença do governador do Estado, Clécio Luís

Essa terça-feira, dia seis de agosto, já é um marco na história recente do Amapá, quando tiveram início as obras de restauração de um dos principais monumentos históricos e culturais do Estado, a tricentenária Fortaleza de São José de Macapá, a maior fortaleza do Brasil e da América Latina.

A solenidade foi realizada dentro da Fortaleza e contou com a presença do governador do Estado, Clécio Luís, da secretária de Estado de Cultura, Clícia Vieira, do superintendente do IPHAN no Amapá, Michel Bueno, do presidente da APPA – Cultura & Patrimônio, Xavier Vieira, além de muitas outras autoridades e convidados.

A solenidade desta terça-feira deu início à primeira etapa das obras de restauração da Fortaleza, que depois de uma consulta pública feita pelo governo estadual, foi adotada a ideia de transformar o principal cartão-postal de Macapá em centro museológico, cultural e educativo, com espaços culturais, turísticos e gastronômicos.

O governador do Amapá, Clécio Luís, que já foi diretor da Fortaleza de São José de Macapá, destacou “que o que estamos começando não é apenas uma obra, é uma requalificação de uma estrutura que é a mais importante do nosso estado, símbolo múltiplo de todas as vozes do Amapá. Precisamos que esse espaço seja ocupado diariamente pela população. Para isso o governo do Estado está investindo R$4,9 milhões neste projeto”.

Para Xavier Vieira, presidente da APPA, “o projeto da restauração desenvolvido em parceria com a APPA fará com que a Fortaleza seja um grande indutor turístico, cultural e econômico para o Amapá. A Fortaleza abrigará espaço museal, históricos, educativos, culturais, gastronômicos e expositivos, que possibilitarão sua ocupação e visitação por todo amapaense e turistas. Esse é um projeto que capacita e credencia a Fortaleza a obter a chancela de Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, sendo um destino turístico internacional de primeira grandeza”.

Encerrando o evento, foram apresentadas as etapas previstas para a completa restauração de toda a Fortaleza, que conta com apoio financeiro do BNDES, no valor de R$27,1 milhões e prazo de execução de 36 meses.

A restauração é fruto de uma parceria do governo do Estado do Amapá com o Governo Federal, o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o IPHAN e a APPA – Cultura & Patrimônio.

Um patrimônio tombado pelo IPHAN

Existem hoje no Brasil 19 fortificações tombadas pelo IPHAN e que integram a Lista Indicativa a Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, entre elas a Fortaleza de São José do Macapá.

Com a restauração e requalificação, a Fortaleza terá museus contemporâneos, galerias de arte, espaços para apresentações artísticas, espaço gastronômico, receptivo turístico, área de convivência, lojas de artesanato, e espaços que visam a utilização total de seus ambientes, integrando visitantes locais e turistas.

O Projeto de Restauração

O Projeto de Restauração, Requalificação e Revitalização da Fortaleza tem a coordenação da equipe técnica da Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (APPA), que nos últimos meses realizou um levantamento e mapeamento minucioso de toda a Fortaleza. Os laudos técnicos levaram em consideração o histórico cultural e patrimonial da edificação, contendo: relatório iconográfico, modelagem 3D, escaneamento gráfico, levantamento arquitetônico, diagnóstico de conservação, drenagem, instalações elétricas, luminotécnicas e hidrossanitárias.

Essa primeira fase prevê serviços de urgência nas partes elétricas e hidráulicas, com o objetivo de paralisar os processos degradativos e não prejudicar as intervenções restaurativas e de adequação que serão feitas na edificação histórica. Posteriormente serão iniciados os trabalhos de recuperação das estruturas e reestruturação da Fortaleza de São José, até a adaptação dos espaços administrativos, expositivos, gastronômicos, de convivência e paisagístico.

Visando a fomentação do turismo e da cultura do Amapá, o projeto de requalificação da Fortaleza prevê ainda a realização de obras de adaptação de áreas para visitação, restaurante e lanchonete, com áreas para eventos culturais, realização de oficinas, espaço para exposições, adequação da acessibilidade, revitalização do paisagismo e complementação e revisão da iluminação cênica. Haverá a instalação de sistemas de segurança patrimonial e de prevenção e combate a incêndio, além de uma central de emergência médica e outras áreas de apoio ao visitante. Estão previstas também ações de conservação do acervo do museu instalado no local.

 

Sobre a Fortaleza de São José de Macapá

 

Construída de 1764 a 1782 para proteger as fronteiras do “Cabo Norte”, como era conhecido o Amapá no período colonial, a Fortaleza de São José de Macapá é a maior construída pelos portugueses na América do Sul.

Junto com outras fortificações do mesmo período – 16 ao longo da costa e outras duas na fronteira continental -, a Fortaleza ajuda a contar a história da formação territorial do país e da ocupação europeia na América.

Participação popular

Em dezembro de 2023, o Governo do Estado lançou consultas públicas online e presenciais para discutir os usos do monumento após o restauro. As etapas integram o cronograma de execução dos projetos de adequação e início das obras.

Um dos objetivos da Fortaleza de São José de Macapá é ser além de espaço preservado, mas também utilizado pela população amapaense através de museus contemporâneos, galerias de arte, palco de apresentações singulares, espaço gastronômico e área de convivência, para utilização total de seus ambientes, integrando visitantes locais e turistas.

 

Realização

O projeto de restauração e revitalização da Fortaleza de São José de Macapá é uma realização do Ministério da Cultura, da APPA – Cultura & Patrimônio, em parceria com o Governo do Estado do Amapá e apoio financeiro do BNDES, viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura. Governo Federal – União e Reconstrução.