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A Educação a Distância (EAD) proporciona oportunidades de acesso global, fomenta a diversidade cultural e expande as habilidades socioemocionais, diz especialista 

 

 

Para Rosilene Campos, diretora da Faculdade Anhanguera, apesar dos desafios associados ao ambiente virtual, modalidade pode enriquecer ainda mais a experiência de aprendizado e contribuir com a distribuição global de conhecimento;

 

Dia Nacional da EAD será celebrado no dia 27 de novembro

 

A Educação à Distância (EAD) tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e Ministério da Educação (MEC), a modalidade cresceu 474% entre 2011 e 2021 e, com base em levantamento feito pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), neste ano de 2023, a previsão é que 2,2 milhões de matrículas tenham sido de aulas à distância, somando 51% do total de alunos no Brasil.

 

Rosilene Campos, diretora da Faculdade Anhanguera, avalia que a EAD possui várias vantagens, como flexibilidade, acessibilidade e capacidade de atender a uma audiência global, fator este, que amplia perspectivas e traz diversos pontos de vista sobre um determinado tema.

 

“A Educação a Distância (EAD) emerge como uma ferramenta que viabiliza o acesso a metodologias educacionais adaptáveis a diversas realidades sociais e modalidades de linguagens. Adicionalmente, possibilita a interação com indivíduos de qualquer parte do globo, ampliando, dessa forma, as perspectivas culturais dos estudantes. Essa dinâmica enriquece a experiência de aprendizagem, proporcionando aos alunos uma compreensão mais abrangente e contextualizada do conhecimento”, afirma.

 

Rosilene explica ainda, que o aprendizado em ambientes virtuais, cria uma dinâmica que potencializa as habilidades interpessoais, como empatia, comunicação eficaz e respeito mútuo. “Os elementos pedagógicos voltados para a diversidade desempenham um papel crucial no enfrentamento de estereótipos e preconceitos, dado o reconhecimento das diversas identidades culturais. Como resultado, observamos a formação de cidadãos globalmente conscientes e culturalmente competentes. Isso é especialmente evidente no contexto do desenvolvimento das habilidades socioemocionais e comportamentais, conhecidas como soft skills, que estão ganhando crescente importância no mercado de trabalho”, afirma.

 

O relatório The Future of Jobs 2020, do Fórum Econômico Mundial, por exemplo, estipula que, em cinco anos, 85 milhões de empregos poderão ser ocupados por máquinas. Fazendo um paralelo com esse contexto, Rosilene explica que, a resposta para qualquer questionamento em torno de qual será o espaço para quem é de carne e osso em um mundo altamente digital, compreende-se em “emoções”, ou então: habilidades socioemocionais. Este mesmo relatório mostra ainda, que serão essas as características mais demandadas dos profissionais, justamente por serem aspectos que – pelo menos por enquanto – só podem ser encontrados em pessoas.

“Resiliência, empatia, fluência de ideias, habilidade interpessoal e senso de organização são competências atualmente consideradas distintivas. Em breve, essas qualidades não apenas se destacarão, mas se tornarão requisitos fundamentais em qualquer processo de recrutamento. Estamos em processo de adaptação à Quarta Revolução Industrial, marcada pelo rápido avanço da inteligência artificial e da robótica. Nesse cenário, as competências técnicas agora disputam espaço diretamente com as competências emocionais, ressaltando a importância crescente destas últimas”, analisa.

Por fim, o especialista reforça a importância de as instituições oferecerem um suporte contínuo ao aluno, com orientação adequada e a criação de oportunidades significativas de interação, pois são esses os elementos cruciais para potencializar o desenvolvimento de estudantes em ambientes de aprendizagem on-line.

 

“Profissionais com habilidades para colaborar em equipes multiculturais estão se tornando cada vez mais requisitados. Assim, a educação que abraça a diversidade cultural desempenha um papel fundamental na formação de cidadãos globais engajados na construção de sociedades mais justas e inclusivas. A Educação a Distância (EAD) destaca-se por possuir essas características, ao integrar efetivamente os três pilares essenciais: acesso global, diversidade cultural e expansão das habilidades socioemocionais”, finaliza.

 

Rosilene indica ainda alguns pontos importantes sobre a diversidade da EAD e soft skills. Confira:

 

Acesso à Educação: A EAD oferece a oportunidade de acesso à educação para pessoas de diferentes origens, independentemente de suas localizações geográficas, condições físicas ou compromissos pessoais e profissionais. Isso contribui para a democratização do acesso ao conhecimento;

 

Flexibilidade para Diferentes Realidades: Estudantes da EAD podem estar em diferentes fases da vida, com diversas responsabilidades, como trabalho, família e outras atividades. A flexibilidade oferecida pela EAD acomoda essas diversas realidades, permitindo que mais pessoas tenham acesso à educação.

 

Ambiente Colaborativo Global: Estudar on-line permite a interação entre alunos de diversas partes do mundo. Isso cria oportunidades para a construção de redes globais, promovendo a compreensão intercultural e o compartilhamento de conhecimento em uma escala nacional e global;

 

Respeito à Diversidade Linguística: A EAD pode incorporar opções multilíngues para acomodar falantes de diferentes idiomas. Isso ajuda a superar barreiras linguísticas e a promover a inclusão de estudantes de diversas origens linguísticas;

 

Desafio de Estereótipos: Ao criar ambientes de aprendizado diversificados, a EAD contribui para desafiar estereótipos e preconceitos. Os alunos têm a oportunidade de interagir com colegas que podem desafiar suas percepções, promovendo uma mentalidade mais aberta.

 

Desenvolvimento de Habilidades Interculturais: A interação em ambientes EAD inclui a compreensão e o respeito por diferentes valores, tradições e normas culturais;

 

Colaboração virtual: A EAD implica em atividades colaborativas on-line, essas interações fornecem oportunidades para os alunos desenvolverem habilidades interpessoais, comunicação eficaz e trabalho em equipe;

 

Autogestão: Estudar on-line exige autodisciplina e organização por parte dos alunos. Ao gerenciar seu próprio tempo e tarefas, os estudantes podem desenvolver habilidades de autocontrole, responsabilidade e autodireção;

 

Adaptação a diferentes estilos de aprendizagem: A EAD é flexível no ritmo e na abordagem de aprendizagem, permitindo que os alunos escolham métodos que se alinhem melhor ao seu estilo individual. Isso contribui para o desenvolvimento da autoconsciência e do autoconhecimento.