Política

Abertura da 1ª Capacitação Política aborda relevância do resgate da confiança

 

 

 

Evento organizado pela FIEMG reúne nomes de destaque nos cenários político e jurídico nacional

 

Da esquerda para a direita: Fábio Caldeira, Alberto Pinto Coelho, Antonio Anastasia, Flávio Roscoe, Mauri Torres e Rubens Menin (Foto Sebastião Jacinto Júnior)

 

Levar informações para o eleitor e para o formador de opinião, tendo como foco que a comunicação é fundamental para o processo democrático e que a presença de veículos sérios consolida a democracia. Esse é o objetivo da Imersão Indústria — 1ª Capacitação Política, segundo ponderação do presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, feita na abertura do evento, nesta segunda-feira (7), no Teatro SESIMINAS.
Até 4 de abril, a 1ª Capacitação Política vai abordar uma série de temas relativos ao cenário político-eleitoral brasileiro, de forma didática e esclarecedora. As “Resolvemos levar conhecimento àqueles que pretendem um maior engajamento no processo eleitoral. No encontro de hoje, a discussão central é por que a política é tão importante para o ambiente de negócios. Um ambiente político estável e democrático é muito favorável aos meios produtivos”, afirmou ainda Roscoe.

 

Banco Mundial

Mediador da roda de conversa de abertura do evento, o ouvidor-geral do Estado, Fábio Caldeira, propôs uma discussão em torno de um documento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), chamado de Latino Barômetro, que aponta a falta de confiança como um elemento que sufoca o crescimento e a inovação na América Latina. O levantamento, apontou Caldeira, revela que o Brasil é o país da América Latina em que há menor índice de confiança interpessoal. Na mesma pesquisa, o índice de confiança nos governos, no país, não passa dos 20%; no Congresso é de 26% e nos partidos políticos, 13%.
Um dos participantes do debate, o ex-governador de Minas Gerais Alberto Pinto Coelho avaliou que a confiança se resgata com a participação cidadã. “Ao votar, exercemos um voto de confiança. Quem faz a história é a sociedade, com o voto consciente”, enfatizou.

 

Civilidade

O atual ministro do Tribunal de Contas da União e também ex-governador do Estado Antonio Anastasia considerou que os dados apresentados sobre os índices de confiança no país acendem uma luz vermelha, tendo em vista que, alertou, a confiança está na base da civilidade. “Essa ausência de confiança leva a uma instabilidade, a uma imaturidade. Falta de confiança leva a insegurança jurídica”, reforçou.
Para Flávio Roscoe, essa ausência de confiança apurada pela pesquisa traz consequências muito danosas para as empresas. “A sociedade está acostumada a responder com leis a essa falta de confiança. O mundo todo está passando por transformações para as quais talvez a sociedade não esteja preparada. E o papel de instituições como a FIEMG é transformar isso. Precisamos quebrar esse ciclo de desconfiança”, frisou.
Presidente do Tribunal de Contas de Minas Gerais, Mauri Torres, outro dos convidados para compor a mesa de abertura do evento, ponderou que a falta de tolerância entre as pessoas estaria na base dessa falta de confiança. Como exemplo, ele citou que é importante mostrar aos gestores públicos que os órgãos de controle são seus parceiros na busca de crescimento do estado e do país. “Precisamos aperfeiçoar a confiança com respeito à sociedade e às minorias”, considerou também.

 

Taxa de juros

O empresário Rubens Menin, co-fundador e presidente da MRV Engenharia, advertiu que “confiança é tudo”. Com o conhecimento de quem está à frente de um grupo empresarial que mantém investimentos no país e no exterior, Menin ponderou que os juros no Brasil estão entre os mais altos do mundo, ao passo que, nos Estados Unidos, são muito mais baixos, em razão da confiança no sistema político, na conjuntura jurídica.
Menin alertou que o investidor internacional tem bons olhos para o Brasil, pelas suas dimensões continentais e por tudo o que o país oferece, mas admitiu que a baixa confiança no país pode ser uma das barreiras para que invistam aqui o montante que planejam e de que dispõem.
Fábio Caldeira informou ainda que, entre os dados do estudo Latino Barômetro, do BID, 83% dos brasileiros revelam considerar que os cidadãos do país cumprem pouco ou nada as leis vigentes.
O ministro Anastasia ponderou ainda que as redes sociais se tornaram instrumentos muito delicados. “Eu referendo muito a mídia tradicional, que transmite informação séria”, disse, citando uma frase atribuída a Otto von Bismarck, estadista mais importante da Alemanha do século 19: “Nunca se mente tanto antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma pescaria”.

 

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Serviço:

Imersão Indústria – 1ª Capacitação Política

De 7 de março a 4 de abril

Inscrições neste link

Conheça neste link a programação/dinâmica da capacitação.