Esporte

Brasil é o 4º país que mais envia atletas para os Estados Unidos

 

 

Atletas como Rodrigo “Zé Colmeia” Nascimento, do MMA e Marcelo Mic, buscam seguir carreiras em solo americano

Os EUA têm quase duzentos tipos diferentes e vistos, cada um deles voltado para um público ou finalidade específicos. Uma dessas categorias de entrada é o visto P, destinado para atletas de alta performance e reconhecidos internacionalmente, para que possam competir e morar temporariamente no país. E o Brasil é um dos países que mais se destacam.

Um levantamento realizado pela AG Immigration, escritório de advocacia imigratória especializado em green cards e com sede em Washington, D.C., revelou que, de janeiro a maio deste ano, 671 vistos P foram emitidos para brasileiros, colocando o País na quarta colocação do ranking dos que mais receberam o documento. México (2.621), República Dominicana (809) e o Reino Unido (687) lideram a lista.

A quantidade de vistos P para brasileiros até o momento em 2023 é 63,5% maior do que no mesmo período do ano passado, quando o Departamento de Estado americano registrou 410 emissões.

“O visto P é emitido tanto para esportistas quanto para artistas, mas temos notado um crescimento muito forte de atletas do Brasil indo buscar carreiras nos EUA”, explica o advogado de imigração e sócio-fundador da AG Immigration, Felipe Alexandre. O especialista também comenta que existem outras opções de vistos para atletas que vão competir no país, como o B-1/B-2 (turismo e negócios) ou o EB-2 NIW (um tipo de green card). “Depende do que a pessoa quer, o tempo que ela vai ficar nos EUA e o tipo de competição”, salienta Alexandre.

Um desses atletas brasileiros que foram para a América é o lutador de artes marciais mistas Rodrigo Nascimento, conhecido como Zé Colmeia. Em 2018, ele foi selecionado para participar do Dana White’s Contender Series, programa criado pelo presidente do UFC para revelar novos talentos para a competição. Originalmente, ele iria para os EUA com o visto B1/B2, mas teve o visto negado.

Tentou de novo em 2019, e finalmente conseguiu o visto de turismo e negócios. O brasileiro venceu seu oponente por finalização, conquistando assim um contrato de quatro lutas para o maior evento de MMA do mundo, o UFC. Desde então, acumula uma derrota e três vitórias em seu cartel, esperando brigar pelo título dos pesos-pesados.

Agora com um contrato assinado com o UFC, Zé Colmeia precisava morar nos EUA, ficando mais tempo do que os seis meses permitidos pelo visto de turismo. Deu então entrada no visto EB-2 NIW, destinado a profissionais com habilidades excepcionais, e foi aprovado. Nos três primeiros anos nos EUA, morou dentro da academia American Top Team até começar a ganhar mais dinheiro pelo UFC.

“Foi um sonho para mim receber o green card. Ainda mais depois de ter o visto de turismo negado lá em 2018. Muita gente disse que o EB-2 NIW será negado também, diziam que eu não me enquadrava nos critérios de elegibilidade, mas confiei nos advogados e no processo. Não é um processo fácil, tem que juntar muitos documentos. É chato, mas é um investimento que muda vidas”, diz Zé Colmeia, que teve seu green card aprovado em apenas oito dias.

Kung Fu brasileiro

Outro brasileiro que recentemente mudou-se para os EUA é o multicampeão do Kung Fu Marcelo Miceli. Nascido em Santa Catarina, o atleta de 47 anos está em Orlando, na Flórida, desde dezembro de 2022, com a esposa e a filha. Entre suas conquistas, estão oito títulos brasileiros, um sul-americano, um pan-americano e um vice-campeonato mundial, em 2014 na China.

De acordo com Miceli, que recebeu o grau de sifu (mestre), hoje o Brasil é uma das principais referências mundiais em kung fu. Mesmo assim, decidiu ir para os EUA pelo fato de o país apresentar melhores condições de vida para quem é atleta.

Como não foi para os EUA simplesmente para competir, mas sim para imigrar de vez, o atleta optou pelo EB1-A – já que o visto P não concede a residência permanente. Seu processo, realizado pela AG Immigration, demorou oito meses, sendo aprovado em dezembro de 2021.

Da aprovação até a mudança, passou-se um ano, que Micelli aproveitou para se organizar e ir bem estruturado para os EUA. Hoje, tem um estúdio de treinamento na garagem de casa, onde ensina kung fu para os americanos.

“Você tem que mudar a chave em vários sentidos e fazer um planejamento financeiro. É fundamental para ter sucesso aqui nos EUA. Chegou a um ponto em que estava travado, que eu bati a cabeça no teto no Brasil. Eu precisava de novos desafios. Sabíamos do risco do processo, de ele poder ser negado, mas decidimos encarar como um investimento em nossos sonhos. Os EUA é uma terra de oportunidades”, diz Miceli, que vendeu o próprio carro para dar entrada no processo.

Sobre a AG Immigration

AG Immigration é um dos principais escritórios de advocacia migratória dos EUA, já tendo auxiliado cidadãos de 32 países a obter o green card americano. É fundada por dois brasileiros: o empresário Rodrigo Costa e o advogado Felipe Alexandre, que figura há seis anos na lista dos 10 melhores advogados de imigração do American Institute of Legal Counsel e foi eleito, de 2019 a 2022, para o ranking de Estrelas em Ascensão (“Rising Stars”) da plataforma Super Lawyers, mantida pela Thomson Reuters. Em 2023, a empresa recebeu o título de “Immigration Law Trailblazers” da revista americana The National Law Journal. A AG Immigration tem sede em Washington, D.C., além de escritórios em Las Vegas, Los Angeles, Orlando, Nova York, Washington D.C. e Belo Horizonte. São cerca de 100 funcionários distribuídos entre as unidades nos Estados Unidos e no Brasil.

Mais informações: https://agimmigration.law/