Brasília recebe unidade do Conexão Cidadã para facilitar o acesso de catadores à assistência jurídica e saúde

Nesta quinta-feira (13/03), Brasília recebeu uma unidade do Conexão Cidadã, projeto fruto da parceria entre a Fundação Banco do Brasil e a Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT), com o apoio da Secretaria-Geral da Presidência da República. O evento contou com a presença do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo; do presidente da Fundação Banco do Brasil, Kleytton Guimarães Morais; autoridades e de representantes de cooperativas e catadores.

“As empresas precisam, antes do lucro, cumprir com seu papel social. A Fundação BB retoma sua trajetória no fortalecimento das políticas públicas porque entende que, com isso, podemos reduzir as desigualdades na sociedade brasileira”, afirmou Kleytton Morais. Ele também destacou que o Conexão Cidadã dá visibilidade aos catadores que, sem documentos civis, estão fora das estatísticas e do planejamento do Estado.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, reforçou a importância do projeto, elogiou o papel da Fundação Banco do Brasil no apoio aos catadores e enfatizou que a categoria é uma das prioridades do Governo Federal. “Estamos trabalhando de forma obstinada para levar dignidade a esses trabalhadores fundamentais para as cidades. Eles prestam um serviço ambiental essencial, garantindo que tenhamos cidades limpas e um meio ambiente preservado”, destacou.

Conexão Cidadã

O Conexão Cidadã é uma resposta às reivindicações do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), que apresentou ao governo federal uma pauta com 21 propostas. A unidade de Brasília é a quarta a ser inaugurada, após Aracaju, Recife e Belo Horizonte. Nas próximas semanas, Belém e Curitiba também serão contempladas. As unidades são climatizadas e possuem uma sala de reunião, cozinha e banheiro.

O espaço será usado em locais estratégicos para possibilitar a regularização de documentos, assistência jurídica, apoio psicossocial, acesso a políticas públicas de saúde e programas sociais.

O evento também contou com a presença da mobilizadora distrital do Conexão Cidadã e presidente da Central das Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis do Distrito Federal e Entorno – Centecoop, Aline Sousa, que ressaltou a importância da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e da valorização da categoria. “O papel do Conexão Cidadã é garantir dignidade e cidadania aos catadores, fomentar a economia circular e preservar o meio ambiente”, disse.

A deputada federal Erika Kokay também esteve presente e recordou a história do apoio aos catadores. “Foi a Fundação Banco do Brasil que, no primeiro governo Lula, iniciou a discussão sobre a estruturação da cadeia produtiva da reciclagem. Hoje, mais do que nunca, é essencial fortalecer esse setor”, afirmou.

Desafios dos catadores

Presentes como público do evento, catadoras como Lúcia Maria Tavares, que trabalha na reciclagem desde 2007, espera que as condições continuem melhorando, pois ainda há desafios. Raimunda Ferreira Lima, que atuava no antigo lixão, lembra das dificuldades enfrentadas, como exposição ao sol e à chuva sem qualquer estrutura. Para elas, aproximar os serviços de saúde e assistência dos catadores é fundamental.

Giovana Dantas Miranda vê na cooperativa uma oportunidade de aprendizado e crescimento. Filha de catadores, ela destaca como está descobrindo materiais recicláveis que nem imaginava e afirma que pretende continuar no setor. “Gostei muito de trabalhar aqui, estou aprendendo muito e gostando da experiência”, conta. Ela também menciona os desafios para os jovens no mercado de trabalho e a importância de iniciativas como o Conexão Cidadã para oferecer melhores condições aos trabalhadores.

Maria de Fátima dos Santos, presidente da Cooperativa Renascer, emocionou-se ao falar sobre sua trajetória. “Já fui catadora de rua e saí dessa situação. Quando há parceiros que acreditam em nós, tudo é possível”, disse. Outra liderança, Raimunda Nonata, presidente da Associação de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis e Reutilizáveis do Cerrado, destacou a valorização da categoria com um projeto que é um grande sonho dos catadores autônomos. “Nosso trabalho tem que ser valorizado para que possamos vencer nossas lutas. Quando temos documentos e assistência, somos vistos e respeitados”, reflete.

 

Sobre a Fundação BB

Há 40 anos, a Fundação Banco do Brasil busca inspirar cada brasileiro a se tornar um agente de transformação da sociedade. A instituição acredita na força do coletivo para encontrar soluções viáveis na superação dos desafios e promoção do desenvolvimento sustentável. Nos últimos 10 anos, foram investidos R$ 2,7 bilhões em 10 mil iniciativas que impactaram positivamente a vida de 6,8 milhões de pessoas de 3.400 municípios.

 

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