Café com Poesia
Ele não sabia explicar exatamente porque prendia pássaros em gaiolas, porém eu via como se ele o fizesse como uma espécie de expressão análoga inconsciente da própria condição de vida.
Ver o passarinho saltitar de um poleiro a outro, cantar naquela minúscula estrutura de aço era como se lhe desse um certo conforto quando observava o pobre bichinho de plumas coloridas e seu canto que no fundo não sabia se era de satisfação ou tristeza. Não se sentia tão só ao concluir que a vida é uma gaiola de grades invisíveis, que quando se abre, morre seu prisioneiro.
(Evaldo Silva)
Créditos Fotográficos : Blog e Mania