CASO MARIA VALENTINA: Pais acusados por morte da menina são julgados em Montes Claros
➡️Maria Valentina Alves Rodrigues, de um ano e dois meses, foi morta na casa da família em julho de 2021. Sessão de júri popular começou por volta das 9h no fórum Gonçalves Chaves.
Estão sendo julgados, nesta terça-feira (27), os pais acusados de matar a filha, de um ano e dois meses, em Montes Claros, no Norte de Minas. Maria Valentina Alves Rodrigues foi morta na casa da família em julho de 2021.
A sessão de júri popular começou por volta das 9h no fórum Gonçalves Chaves e o conselho de sentença é formado por sete jurados. O processo está em segredo de Justiça e só acompanham o julgamento, profissionais do judiciário, advogados de defesa e testemunhas.
Segundo o Acórdão disponibilizado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, os pais são acusados de homicídio qualificado por motivo fútil, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima, emprego de meio cruel e feminicídio. Eles também respondem pelo crime de estupro de vulnerável.
Antes de iniciar a sessão, o advogado de defesa do pai da vítima, Cláudio Antunes de Sá, concedeu entrevista à Inter TV e negou que o cliente tenha cometido os crimes.
“A defesa espera que se faça justiça porque desde a época dos fatos tem veiculado uma falsa informação de que o meu cliente tenha praticado o estupro, por mais que o processo seja sigiloso há nos autos o exame de DNA no qual foi retirado material genético do meu cliente e esse laudo veio negativo, ou seja, não houve estupro de vulnerável por parte do meu cliente.[…] A defesa tem a segurança de que ele não praticou o crime de homicídio e nem estupro”.
A defesa da mulher não quis conceder entrevista.
✅Entenda o caso
Maria Valentina Alves Rodrigues foi morta na madrugada do dia seis de julho de 2021. No mesmo mês, os pais foram indiciados pela Polícia Civil pela morte da menina.
O laudo de necropsia apontou que a criança tinha várias lesões na região do tórax e havia sinais de abuso sexual.
Na época, o delegado Bruno Rezende disse em entrevista coletiva que a mãe confessou ter agredido a filha. Inicialmente, ela e o marido negavam as agressões e se acusavam reciprocamente.
“A mãe confessou que agrediu a criança pelo menos cinco vezes naquela madrugada com tapas e murros porque ela não dormia. O pai nega as agressões, apesar de a mulher ter dito que ele também deu um soco na criança durante a madrugada. A criança faleceu por pancada na região torácica”.
Segundo as investigações, a menina dormia com os pais e três irmãos em duas camas juntas no mesmo quarto quando aconteceu o crime.
“O que fica caracterizado é que os dois escolheram deliberadamente não adotar nenhuma providência um em relação ao outro. O pai alega que viu a mãe espancar a criança diversas vezes e não fez nada. A mãe alega que viu o pai bater na criança e praticar movimentos debaixo das cobertas que pudessem imputar em abuso sexual e também escolheu não fazer nada”.
(Matéria: Marina Pereira e Paula Alves, g1 Grande Minas)