Da Lua Cheia ao Equinócio 2025: O Mistério Celestial por trás da data da páscoa e os ovos de chocolate
Para além dos tradicionais ovos de chocolate, a Páscoa guarda raízes profundas nas tradições judaica e cristã, ambas com vínculos simbólicos à libertação e redenção. A Páscoa Judaica (Pesach) celebra a libertação dos hebreus da escravidão no Egito, enquanto a Cristã marca a ressurreição de Jesus Cristo. Embora distintas, as datas são determinadas por critérios que envolvem o céu, a lua e o equinócio.
Na Idade Média, ovos pintados eram símbolos da renovação na primavera europeia. Com o tempo, essa tradição foi incorporada pela Igreja, ganhando nova roupagem no século XIX, quando confeiteiros europeus introduziram os ovos de chocolate, transformando um símbolo espiritual em um doce popular.
O calendário judaico é lunar. O mês de Nissan começa com a primeira Lua nova após o equinócio da primavera (no hemisfério norte), e a Páscoa Judaica é celebrada a partir do 15º dia, coincidente com a Lua cheia. Já a Páscoa Cristã, desde o Concílio de Niceia (325 d.C.), é celebrada no primeiro domingo após a primeira Lua cheia que ocorre em ou após o equinócio, fixado eclesiasticamente em 21 de março.
Contudo, em 2025, a astronomia aponta que a Lua cheia ocorrerá em 12 de abril, e o domingo seguinte seria 13 de abril – data que, seguindo o critério astronômico, marcaria a Páscoa Cristã. No entanto, a Igreja utiliza um sistema próprio: o equinócio e a Lua cheia “eclesiásticos”, definidos por tabelas fixas, não necessariamente coincidem com os fenômenos reais.
Além disso, uma regra histórica evita que a Páscoa Cristã coincida com a Páscoa Judaica: se a Lua cheia cair num domingo, como ocorre em 2025, a celebração cristã é adiada para o domingo seguinte. Isso explica por que, neste ano, a Páscoa Cristã será celebrada em 20 de abril, enquanto a Páscoa Judaica começa ao pôr do sol de 13 de abril.
Assim, a escolha da data da Páscoa vai muito além de cálculos simples. Ela envolve uma interseção entre fé, história e astronomia – e mostra como, mesmo nos dias atuais, o céu ainda dita celebrações milenares.
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