Dia Mundial do Livro 23/04 : pacientes renais encontram nas letras alívio e força quando uma doença inesperada surge
Miguel de Cervantes e William Shakespeare morreram em 23 de abril e essa data foi escolhida pela Unesco para ser o Dia Mundial do Livro, como forma de celebrar esses grandes autores e usar a força inspiradora deles para incentivar a leitura, a cultura e o saber. E além dos claros benefícios educacionais da leitura, há outros tantos, que são igualmente transformadores: como acolhimento e alívio de dores e angústias, por exemplo. O amor aos livros muitas vezes começa como forma de preencher o tempo livre em unidades de saúde. É o caso de Alda Clemente Machado, de 88 anos, moradora de Vila da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro. Paciente da Clínica de Doenças Renais (CDR) do bairro, em todas as sessões de hemodiálise, lá está ela com seu livro.
Dona Alda lê romances, dramas e suspense e conta que já devorou mais de 500 obras: “Antes mesmo da diálise eu já tinha o hábito de ler. Sempre adorei literatura. A leitura estimula o meu cérebro, a memória. Meus netos e sobrinhos me enchem de livros de presente. Mais recentemente tenho pedido a eles livros de bolso para carregar para todos os lugares. Acredito que minha constante alegria e afetividade com a equipe e demais pacientes venha também das boas histórias que li, sempre fui otimista e via tudo com bons olhos. Os livros sempre me ensinaram muito”.
Já a paciente renal Ana Beatriz Rodrigues, 23 anos, de Petrolina, Pernambuco, recebeu o diagnóstico de nefrocalcinose bilateral quando tinha apenas 16 anos, em 2015. É uma doença em que o tecido dos rins absorve muito cálcio e acaba tendo o funcionamento prejudicado. Achou que não poderia mais ter uma vida normal, que não poderia ter filhos, e o seu mundo naquele momento parecia ter desabado. Logo depois, quando iniciou seu tratamento na Clínica do Rim, de Petrolina, que integra a rede Fresenius Medical Care, ela entendeu que teria algumas mudanças em seu dia-a-dia, mas que nada seria impossível. E foi quando voltou a sonhar em realizar muitos dos seus desejos porque a doença renal não a limitaria. Ana passou no vestibular e cursou fisioterapia. E foi com a pandemia que veio o tempo livre para escrever seu primeiro livro: E agora, Sê Valente!
“Eu estava entre os pacientes de risco para Covid e precisei me isolar em casa. Com mais tempo livre, em seis meses consegui escrever as 100 páginas do livro. Tinha dia que eu não escrevia e teve dia que eu fiz três capítulos. Minha doença me fez ver a vida de outra forma. Aprendi a ser valente, a dar valor às pequenas coisas, as mais simples e também vi que posso continuar a ser forte e me manter sonhando, independente das circunstâncias. Minhas dores e minhas fortalezas poderiam mostrar às pessoas que elas podem continuar sendo valentes, viver a vida da melhor forma. Acho que histórias nos inspiram e nos fazem crescer, amadurecer e sonhar. E foi por isso que decidi escrever”, conta Ana Beatriz.
A preparação para escrever com tanta facilidade veio de um dom natural e também da sua paixão pela leitura. Ana conta que sempre leu muitos livros, desde romances, ficção científica, auto ajuda a livros de negócios e carreira. Seu livro pode ser adquirido pelo instagram @dra.anabeatrizrodrigues.
Outro paciente renal que ama ler e escrever é o mineiro de Sete Lagoas, Paulo Henrique Oliveira Lopes, de 55 anos, paciente renal há quase cinco anos. Paulo escreve poesias há 40 anos e recentemente reuniu 65 no livro “Chamaram-me de poeta e eu acreditei”. E já está no forno mais um livro com 85 textos que versam sobre amor, relacionamento, política, e claro, a vida de um paciente renal. Já são quase 20 poesias dedicadas à diálise.
A multinacional Fresenius Medical Care – líder mundial em produtos e serviços de diálise – também aposta no poder de transformação dos livros. A companhia patrocina há mais de três anos o projeto Ler — Salão Carioca do Livro, iniciativa de democratização do acesso à leitura. Além do cunho cultural, a Ler também agrega o aspecto social, comenta Shanna Honório, gerente de Comunicação Corporativa.
“Temos estantes da Ler em nossas clínicas no município do Rio de Janeiro, com o objetivo de recolher livros para doação e proporcionar o hábito da leitura aos que não possuem acesso. No primeiro ano de apoio ao projeto, arrecadamos mais de 500 obras por parte dos pacientes e colaboradores e, posteriormente, todos os títulos doados foram distribuídos para bibliotecas localizadas em comunidades do Rio de Janeiro”. O cantinho LER nas clínicas também é destinado para que os pacientes possam escolher títulos de seu interesse, levar livros para casa e trazer outros para compartilhar. “É um espaço de interação e conexão com a leitura que, felizmente, já pode ser utilizado novamente nas clínicas após o arrefecimento da pandemia.”, finaliza.
Sobre a Fresenius Medical Care
A Fresenius Medical Care é a fornecedora líder mundial de produtos e serviços para pessoas com doenças renais, dos quais cerca de 3,7 milhões de pacientes, em todo o mundo, se submetem regularmente a tratamento de diálise. Por meio de sua rede de mais de 4.100 clínicas, a Fresenius Medical Care oferece tratamentos de diálise para aproximadamente 346 mil pacientes no mundo todo. A Fresenius Medical Care também é a empresa líder em fornecimento de produtos para diálise, como máquinas de diálise e dialisadores. Juntamente com seu negócio principal, o Renal Care Continuum, a empresa foca sua expansão em áreas complementares e na área de cuidados intensivos. A Fresenius Medical Care está listada na lista da Bolsa de Valores de Frankfurt (FME) e da Bolsa de Valores de New York (FMS).
Para obter mais informações, visite o site da empresa.