MENOPAUSA PODE DESENCADEAR LIPEDEMA: ENTENDA A RELAÇÃO HORMONAL POR TRÁS DA DOENÇA
Ginecologista Dra. Flávia Mambrini explica como as alterações hormonais na menopausa podem favorecer o surgimento ou agravamento do lipedema em mulheres predispostas
O lipedema — uma doença crônica e progressiva caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura, especialmente nos membros inferiores — é uma condição ainda pouco reconhecida, mas que impacta a vida de muitas mulheres. A menopausa, fase marcada pela queda dos hormônios femininos, pode ter um papel importante no surgimento ou agravamento desse quadro.
Segundo a ginecologista Flávia Mambrini, estudiosa da saúde da mulher e das alterações hormonais, existe, sim, uma relação entre o lipedema e a menopausa. “A queda nos níveis de estrogênio e progesterona provoca alterações no metabolismo e na distribuição de gordura corporal. Em mulheres predispostas, isso pode desencadear ou piorar o lipedema”, explica.
O que é o lipedema?
De acordo com Dra. Flávia, o lipedema não é apenas uma questão estética, mas uma doença que causa dor, sensibilidade, inchaço e impacta a qualidade de vida. “O lipedema é muitas vezes confundido com obesidade ou retenção de líquidos, mas ele tem características próprias, como o aumento desproporcional da gordura nos braços e pernas, sem afetar as mãos e os pés”, detalha.
Menopausa: um gatilho para o lipedema?
A ginecologista aponta que, durante a menopausa, a alteração hormonal contribui para mudanças no tecido adiposo e no sistema linfático. “A deficiência de estrogênio influencia a elasticidade dos vasos sanguíneos e a distribuição da gordura, o que pode favorecer a instalação ou agravamento do lipedema”, afirma.
Ela alerta que é fundamental observar os sinais e buscar diagnóstico precoce. “Quanto antes o lipedema for identificado, melhor será o controle dos sintomas e a prevenção de complicações”, ressalta.
Cuidado e tratamento integrados
Flávia destaca que o tratamento do lipedema envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo mudanças de estilo de vida, fisioterapia, cuidados vasculares e, em alguns casos, procedimentos cirúrgicos. “A prática regular de atividade física adaptada, alimentação equilibrada e a atenção à saúde hormonal são estratégias que podem ajudar muito no manejo da doença”, orienta.
O olhar atento para a mulher madura
Para a médica, é essencial que o olhar para a saúde da mulher na menopausa vá além das queixas tradicionais. “É preciso compreender que a menopausa não afeta apenas os hormônios reprodutivos, mas todo o organismo. Estar atento a alterações corporais, como as do lipedema, é um passo importante para garantir mais qualidade de vida nessa fase”, conclui Dra. Flávia.