Mulheres do Sudeste estão insatisfeitas com suas condições, revela pesquisa
Levantamento feito exclusivamente entre mulheres pelo Observatório FEBRABAN mostra que 77% delas na região Sudeste estão descontentes com a forma pela qual são tratadas na sociedade
Uma pesquisa feita exclusivamente com mulheres pelo Observatório FEBRABAN mostra que a brasileira está insatisfeita ou muito insatisfeita com a forma como as mulheres são tratadas atualmente na sociedade brasileira — e o quadro não difere na região Sudeste. Em sua décima edição, o Observatório FEBRABAN, pesquisa FEBRABAN-IPESPE, mostra que oito em cada dez entrevistadas se dizem insatisfeitas ou muito insatisfeitas com essa condição. No Sudeste, esse percentual atinge 77%. A violência e o assédio, seguidos do feminicídio e da desigualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres são os principais pontos negativos destacados na pesquisa. Entre os dados regionais que chamam a atenção estão o fato de as entrevistadas no Sudeste são as que mais apontam que há poucas mulheres em cargos de liderança na política e nas empresas (12%, contra 9% da média nacional). Para 55% das mulheres da região, a desigualdade entre gêneros diminuiu nos últimos dez anos. As que disseram que a situação não se alterou somaram 27% e as que afirmaram que o quadro piorou muito ou piorou atingiram 16%. Para 74% das entrevistadas, as mulheres não têm direitos iguais ao dos homens, muito menos remuneração equivalente (84%). Quanto às oportunidades de educação, as mulheres sentem maior conforto: 41% disseram que elas não são iguais às dos homens. Com relação à liberdade sexual, 72% acham que ela não é igual à do sexo masculino. Questionadas sobre as suas principais preocupações, as entrevistadas citam em destaque (como primeira resposta) a violência e o assédio contra a mulher (36%). Entre os principais motivos para os crimes violentos, elas citam o machismo (32%) e a impunidade (20%). Metade das entrevistadas (50%) viveu ou tomou conhecimento de mulheres que foram vítimas de situações de violência nos últimos 12 meses. A grande maioria das entrevistadas (71%) declara saber que o Brasil ocupa a quinta posição em mortes violentas de mulheres. As situações mais comuns de preconceito ou discriminação que elas viveram ou presenciaram aconteceram no trabalho (42%), escola ou universidade (36%), festas ou locais de entretenimento (50%), na rua (65%) ou no transporte público (57%). Ao serem indagadas onde mais ocorrem situações de violência contra a mulher, 76% afirmaram como primeira resposta que elas acontecem em casa. Entre aquelas que já sofreram ou tomaram conhecimento de violência, 73% disseram que o agressor foi uma pessoa conhecida. Entre essas, 73% relataram que o autor foi o cônjuge, companheiro ou namorado.
O levantamento Mulheres Preconceito e Violência foi realizado entre os dias 19 de fevereiro a 2 de março, com 3 mil mulheres nas cinco regiões do país. Ele traça um amplo quadro desse problema no país e se alinha aos esforços de investigar a situação das mulheres brasileiras e de combater o preconceito e a violência. É superlativa a impressão, no levantamento, de que os casos de violência contra a mulher aumentaram durante a pandemia da Covid-19.
Sobre o IPESPE O Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), fundado em 1986, é uma das instituições mais respeitadas do Brasil no setor de pesquisas de mercado e opinião pública. E conta com um conselho científico formado por especialistas de diversas áreas, o qual é presidido por Antonio Lavareda, mestre em sociologia e doutor em ciência política. Tem equipes operacionais e consultores em todos os estados do País e atuação em âmbito nacional e internacional, sempre atualizado com o que há de mais inovador em técnicas e sistemas de pesquisas. A experiência, o rigor técnico e a agilidade do IPESPE têm se transformado em ferramentas fundamentais para que empresas privadas, governos e organizações possam conhecer melhor o seu público e o mercado. O OBSERVATÓRIO FEBRABAN — Pesquisa FEBRABAN IPESPE, foi lançado em junho de 2020 com objetivo de se tornar uma fonte de informações sobre as perspectivas da sociedade e o potencial impacto econômico-financeiro, ouvindo a população e estimulando o debate em diversos setores. Com periodicidade trimestral, a iniciativa é parte de uma série de medidas da Febraban para ampliar a aproximação dos bancos com a população e a economia real, de forma cada vez mais transparente.
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