Saúde

Nova variante da Covid 19 é encontrada em BH

Análise feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) alerta para uma possível nova variante do coronavírus identificada na cidade de Belo Horizonte. Os pesquisadores identificaram dois novos genomas com um conjunto de mutações não descrito até então, o que pode caracterizar uma nova variante do SARS-CoV-2, vírus que causa a covid-19.

A informação foi divulgada pela instituição nesta quarta-feira, 7. A análise foi realizada pelo Laboratório de Biologia Integrativa do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da universidade e pelo setor de pesquisa e desenvolvimento do grupo Pardini, em colaboração com o Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com a prefeitura da capital mineira.

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A equipe sequenciou 85 genomas do vírus a partir de amostras coletadas na região metropolitana de Belo Horizonte. Entre elas, estavam dois novos genomas. A importância do monitoramento sobre mutações tem crescido diante dos efeitos associados à circulação de variantes de preocupação, como a brasileira, identificada originalmente em Manaus (P.1), a britânica (B.1.1.7) e sul-africana (B.1.351). O atual recorde de casos e mortes no país é atribuído em parte ao avanço da P1 em diferentes regiões brasileiras.

Dos 85 genomas sequenciados, informou o ICB, as seguintes linhagens foram encontradas: P.1 (30 amostras; 35,29%), P.2 (41 amostras; 48,23%), B.1.1.28 (oito amostras; 9,41%), B.1.1.7 (três amostras; 3,53%), B.1.1.143 (uma amostra; 1,17%), B.1.235 (uma amostra; 1.17%) e B.1.1.94 (uma amostra; 1.17%). A instituição explicou que as variantes P.1, P.2 e B.1.1.7 possuem “mutações críticas” no gene da espícula viral, o que pode facilitar a transmissibilidade do vírus e o escape imunológico.

Sobre os novos genomas identificados, o instituto disse ter identificado um conjunto único de 18 mutações nunca anteriormente descritas. “Estudos genéticos demonstram que esses dois novos genomas, provavelmente oriundos da antiga linhagem B.1.1.28 circulante na primeira fase da pandemia na cidade, apresentam mutações em diversas regiões do genoma, incluindo novas mutações nas posições E484 e N501 compartilhadas pelas variantes de preocupação P.1, P.2, B.1.1.7 e B.1.1.351.”

Por: Revista Exame