O que está acontecendo com a Rússia e a Ucrânia? Que guerra é essa?
Hugo Henrique Amorim Batista e Luciane de Godoi (*)
Desde fevereiro de 2022 que o mundo está atento à fronteira ucraniana! Imagens de satélites mostram a quantidade de soldados e artefatos bélicos naquela região e os conflitos tiveram início no dia 24. Porém, o que motivou esses conflitos?
A tensão começou em 2014, quando a Rússia tomou a Península da Criméia, uma região ao sul da Ucrânia e que abriga, desde 1997, a base da Frota do Mar Negro da Rússia e que procura ser livre desde 1991, sob a influência separatista de Donetsk e Luhansk. Apesar da cultura e do idioma serem parecidos, a forma de governo desses dois países é bem diferente. A Rússia desenvolveu um império, enquanto a Ucrânia não conseguiu nem estabelecer e manter um estado próprio. No século XVII, a Ucrânia era parte do Império Russo, passando por um momento de paz até ser tomada pela União Soviética.
O acordo selado entre Rússia, Belarus e Ucrânia em 1991 foi um meio de manter a Ucrânia sob controle russo e favoreceu fornecimento de gás natural a baixo custo. E nessa questão, a Criméia era um ponto estratégico para a Rússia pela sua posição geográfica. Em 2010, os dois países (ainda parceiros) ratificaram a base naval ucraniana para o tratado de gás e o arrendamento à Marinha Russa até 2042. Rússia e Belarus tinham esse vínculo, entretanto, Kiev se aproximava cada vez mais do Ocidente. Assim, da união da Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Geórgia, Moldávia, Quirguistão, Tadjiquistão, Uzbequistão e Turcomenistão, teve início a Comunidade dos Estados Independentes-CEI. A Letônia, Estônia e Lituânia não fazem parte da CEI e sim da União Europeia.
E a pergunta que persiste é se esta guerra é ou não uma briga por território? Sim, sempre é. A Crimeia, com uma área de 26 000 km², população de 1,9 milhão de habitantes (2005) tem a costa repleta de baías e portos e é um dos destinos turísticos mais procurados por seus spas e outras atrações. A indústria ao redor na região portuária é muito próspera e tem a questão do petróleo. A Ucrânia, sozinha, é o terceiro maior exportador de petróleo e gás natural do mundo, depois da União Europeia e Arábia Saudita, além dos recursos minerais: ferro e aço e de produtos químicos, manganês, carvão, minério de ferro, sal, etc. É rica em solo arável e desenvolvimento agrário (celeiro da Europa).
Quanto a Rússia, também é rica em recursos minerais, mas infelizmente a ganância dos governantes, interesses políticos e comerciais estão “gritando” neste momento. E certamente essa briga vai dar problema para todo mundo, inclusive já estamos pagando a conta e ainda dependemos da Rússia para a importação de fertilizantes, óleos leves de petróleo, carvão mineral, alumínio e paládio.
Contudo, o que mais mete medo, aqui ou em qualquer lugar do globo, é o perigo de uma guerra nuclear, já que o presidente Vladimir Putin colocou todo o seu arsenal nuclear, que não é pouco, em estado de alerta máximo.
Mas o que está “pegando” ainda é a Rússia insistir em dominar a Ucrânia e sem perceber que a Nova Ordem Mundial é feita por um mundo multipolar, onde a política internacional gerencia a influência de um bloco econômico, político e comercial, onde sanções podem acarretar a quebra da economia interna bloqueada por esse eixo. Assim, a Rússia continua com fortes repreensões em detrimento das ações militares. Uma coisa é certa: se os russos pararem de lutar, a guerra acaba. Mas se os ucranianos pararem de lutar, será o fim da Ucrânia.
(*) Hugo Henrique Amorim Batista é licenciado em Física e Matemática e Especialista em Educação. Professor da área de Exatas do Centro Universitário Internacional Uninter.
(*) Luciane de Godoi é bacharel em Química Industrial pela PUCPR, mestre e doutora em Engenharia e Ciências dos Materiais pela UFPR. Professora dos cursos da área de Exatas do Centro Universitário Internacional Uninter.
Imagens relacionadas
![]() Guerra Rússica x Ucrânia Shutterstock baixar em alta resolução |