Política

Professores podem contribuir para o enfrentamento ao abuso e à exploração sexual

Observar sinais em crianças e adolescentes, trabalhar o tema em sala de aula e propor atividades integram as ações implementadas por educadores

Professores podem contribuir para o enfrentamento ao abuso e à exploração sexual
Categoria é parceira do Governo Federal nas ações da campanha Maio Laranja e conta com canal exclusivo no Disque 100 (Foto: Banco de imagens/ Internet)

Dados do Disque 100 (Disque Direitos Humanos) apontam que 18,6% das denúncias que envolveram crianças e adolescentes foram de violência sexual em 2021. Neste cenário, professores e educadores surgem como aliados no enfrentamento ao abuso e à exploração sexual, já que as vítimas podem encontrar ajuda no ambiente escolar.

No âmbito da parceria entre escolas e Governo Federal, a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (ONDH/MMFDH) disponibiliza um canal de denúncias exclusivo para professores. Para acionar o serviço, é só discar 100, aguardar atendimento em Unidade de Resposta Audível e, na sequência, digitar 1510. As denúncias de violações de direitos humanos podem ser feitas de forma anônima.

Titular da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNDCA/MMFDH), Maurício Cunha ressalta que a escola muitas vezes é um lugar onde a criança se sente acolhida. “Os educadores possuem rotinas diárias com as crianças e adolescentes. A convivência permite perceber mudanças de comportamento e outros sinais que podem indicar abusos”, explica.

“Há casos em que a própria vítima relata o que ocorreu, pois há confiança na figura do educador. Felizmente as escolas desempenham este importante papel de fazer a diferença e salvar vidas. Para além disso, as famílias e toda a sociedade também devem estar atentas aos sinais, pois precisamos proteger nossas crianças”, destaca.

O secretário acrescenta que o abusador pode estar dentro de casa ou ser alguém próximo à família. De acordo com o levantamento de 2021, o cenário da violação que aparece com maior frequência nas denúncias é a residência da vítima e do suspeito (8.494), a casa da vítima (3.330) e a casa do suspeito (3.098).

O padrasto e a madrasta (2.617), o pai (2.443) e a mãe (2.044) estão entre os maiores suspeitos nos casos. Em quase 60% dos registros, a vítima tinha entre 10 e 17 anos. Em cerca de 74%, a violação é contra meninas.

No total, a ONDH/MMFDH contabilizou 18,6 mil registros de violência sexual entre janeiro e dezembro do ano passado. Em 2022, já foram registradas 4,4 mil denúncias.