Dia das Mães: empresárias revelam os desafios de conciliar a maternidade com os negócios
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Dia das Mães: empresárias revelam os desafios de conciliar a maternidade com os negócios
Com mais de 10 milhões de negócios sob gestão de mulheres no Brasil, cerca de 52% das empresárias são mães
São Paulo (SP), maio de 2024: Segundo o estudo da Rede Mulher Empreendedora (RME), 87% das mulheres buscam o empreendedorismo após se tornarem mães, com o objetivo de conquistar a independência financeira e ter mais tempo para cuidar dos filhos e da família. Além disso, de acordo com o Sebrae, mais de 10,1 milhões de negócios em solo brasileiro são comandados por mulheres, sendo que 52% delas são mães. No franchising, segundo dados da ABF (2023) (Associação Brasileira de Franchising), 52% das lideranças dentro das redes são de mulheres. Quando considerado a principal liderança na franqueadora, este percentual é cerca de 20%. Neste Dia das Mães, celebrado em 2024 no dia 12 de maio no Brasil, empresárias do setor de franquias contam os desafios atrelados à gestão do negócio e da maternidade, além de revelarem estratégias para uma melhor adaptação da rotina.
O sonho de ser mãe e a dupla surpresa
Franqueada da 5àsec, maior rede de lavanderias do Brasil, há 11 anos, Priscila Valadares, de 36 anos, conta que sua gravidez foi planejada e sonhada. Na época, a empresária já tinha duas operações da marca na Bahia e decidiu que era o momento de aumentar a família. A surpresa: sua gestação foi gemelar. “Foi inesperado e sabia que não seria fácil conciliar a vida de mãe de duas bebês com os negócios, porém somente no último mês antes do nascimento das meninas que diminui o ritmo no trabalho. Com uma rede de apoio, após a vinda delas ao mundo, consegui fazer a gestão das lojas à distância e, com o passar do tempo, fui ajustando minha rotina”. Atualmente, as filhas de Priscila estão com cinco anos. Em meados de outubro de 2023, a empresária ampliou seus negócios, com a implantação da LavPop no estado baiano, a segunda marca do Grupo 5àsec.
Planejamento para a chegada do primeiro filho
Há três anos como franqueada da Calçados Bibi, maior rede de calçados infantis do Brasil, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, Jamila Leal, de 32 anos, planejou sua gravidez após dois anos como empresária da marca. Com o planejamento, ela conta que conseguiu se organizar para ter tempo quando seu filho nascesse. “Busquei por uma equipe que tivesse o mesmo propósito que eu e que a marca, para que pudesse contar nesse período da maternidade. Essa escolha fez a diferença quando precisei me ausentar do negócio”, revela. Com o filho de seis meses, a empresária já retornou às atividades, frequentando a loja quatro dias na semana, já que mora em uma cidade vizinha a Santa Maria. “Sempre fui proativa e me motivei a voltar para a operação. Mesmo com a mudança de vida com a chegada do bebê, busquei me manter ativa para que aos poucos conseguisse retornar e não sentisse tanto a rotina. Este é um dos desafios da maternidade”, encerra Jamila.
Treinamento de equipe é a chave para ter uma licença maternidade tranquila
Nelmar Lorena Brandão, tem 43 anos e está há 12 como franqueada do Divino Fogão, no restaurante do Bouvelard Shopping, na cidade de Feira de Santana, na Bahia. Ela conta que no segundo ano comandando a unidade, descobriu que estava grávida do seu segundo filho. Mesmo sendo uma surpresa na época, foi uma gravidez tranquila, pois já tinha experiência com a primeira gestação, do primogênito que hoje tem 21 anos. “Para mim, foi essencial continuar trabalhando normalmente. Acredito que, por já viver a maternidade, as coisas foram mais tranquilas que o esperado. Estive na operação até o último dia de gestação e contei com uma equipe engajada e carinhosa, que me ajudou muito nesse período”, revela. Lorena também comenta que aproveitou o tempo da gestação para reforçar todos os treinamentos para a loja poder continuar durante a licença maternidade. “Ter um bom e capacitado quadro de colaboradores me ajudou muito. Não consegui ficar muito tempo longe do restaurante, com poucos dias, comecei fazer as compras e processos por home office, e com um mês de pós-parto, retornei para a operação. Como morava perto, voltava sempre que necessário e tive a ajuda da minha mãe para cuidar do bebê nos demais períodos. Se eu pudesse dar um conselho para outras franqueadas que estão grávidas ou que vão engravidar, seria para aproveitar os nove meses para treinar ao máximo e capacitar toda a sua equipe de forma que a loja caminhe sem a sua presença”, finaliza.
A importância de se ter rede de apoio
Após dois dias da abertura da Ensina Mais Turma da Mônica, rede referência em apoio escolar, em maio de 2023 na cidade de Vargem Grande Paulista (SP), a empresária Gabriela Branco Costa, de 30 anos, descobriu que estava gerando outra vida. A novidade foi uma surpresa já que, meses antes, a franqueada tinha perdido sua mãe, que era seu alicerce e melhor amiga. “Tinha postergado a abertura da escola devido a perda da minha mãe. Naquela época, ao passar pelo luto e a inauguração do meu primeiro negócio no segmento de franquia, não percebi que a menstruação estava atrasada. Com a escola já em funcionamento, fui tirar a dúvida e veio o positivo”, conta. Para a empresária, durante os meses de gestação ela conseguiu lidar bem com a administração da unidade. Após o nascimento do filho, que atualmente está com cinco meses, Gabriela conta com o apoio da sogra para conciliar os negócios (Ensina Mais Turma da Mônica e uma escola de inglês) com a rotina do pequeno Noah. “É necessário rever a rotina e tentar adaptar de acordo com as necessidades do bebê e da gestão da escola. Hoje, tenho como apoio a mãe do meu marido, que fica com meu filho enquanto estou na unidade. Além disso, meu irmão também me auxilia na administração tanto da Ensina Mais, quanto da escola de inglês, permitindo uma flexibilidade enquanto estou curtindo esta fase da maternidade, sem deixar de lado as responsabilidades da escola”, finaliza.
Gestar e liderar estão lado a lado
Empresária do segmento infantil e franqueada da Milon há cinco anos, Paula Derschun conta que foi muito desafiador supervisionar os negócios que está à frente durante a gestação e a chegada da sua segunda filha, Heloisa, de 10 meses. Longe da família, Paula teve suporte de sua mãe, que vinha da cidade de Barreiras, na Bahia, para Salvador, na capital do Estado, para ajudar com os cuidados das crianças, e de suas colaboradoras tanto em casa, como para o funcionamento das três lojas Milon e duas operações multimarcas de calçados infantis que também comanda, e que levam o nome da filha primogênita Estella, localizadas nos principais shopping centers da capital baiana. Ela revela que amou gestar e liderar as operações ao mesmo tempo, mas que ambas as atividades merecem atenção, dedicação e muito foco. A empresária também destaca a importância de ter ao seu lado o esposo, Marlon Werner Derschum, que sempre foi seu companheiro e parceiro, além de afirmar que pensar positivo pode ser a chave para dar conta de todos os afazeres. Hoje, ela é realizada na vida pessoal e na corporativa.
Apoio da equipe e adaptação da rotina
Com dois filhos, sendo uma menina de 6 anos e outro com apenas 10 meses, a empresária Poliana Ignacio, de 40 anos, revela que o maior desafio da maternidade e a vida como empreendedora é o conflito de estar no negócio e querer ser mãe, de forma integral. Franqueada da Prepara Cursos, marca de cursos profissionalizantes, graduação e pós-graduação do Grupo MoveEdu, desde 2012, Poliana conta que após a maturidade do negócio, alcançada há sete anos, decidiu que era o momento de se tornar mãe. Com a chegada da primeira filha, ela e o marido, Julio Ignacio, tiveram que adaptar a rotina. Na época, os empresários, que já tinham uma escola da rede em Ilha Solteira, no interior de São Paulo, estavam aumentando seus investimentos, abrindo mais uma operação localizada em Jales, também no interior paulista. “Era o momento de desacelerar e focar na maternidade. Quando decidimos abrir mais uma escola, eu me dividia entre as duas unidades e, para seguir com meu sonho de ser mãe, me estabeleci em Jales. Após isso, repassamos a primeira operação e voltamos nossos esforços para a escola jalesense. Logo veio a notícia de que estava grávida. Gabriela nasceu quase dentro da unidade e onde tem passado parte do seu tempo, inclusive com seu crachá de “chefinha em treinamento”. Na segunda gestação, que também foi planejada, já tínhamos mais experiência, mas não foi mais fácil do que a primeira. Sem rede de apoio, pois nossas famílias moram em outra cidade, tivemos que nos apoiar e também contar com a equipe da escola para nos auxiliar nesta fase”, conta Poliana, que reforça a importância de aprender a gerir o negócio à distância em situações como essa e ter pessoas de confiança dentro do negócio.
Mãe de um recém-nascido e uma recém empresa
Ariane Carvalho Melo, tem 41 anos, e em abril de 2022 resolveu investir em uma unidade da Royal Face no Maranhão, sua cidade natal. Nesse mesmo ano, descobriu que estava grávida do segundo filho, entre o parto e a inauguração, Ariane teve que se dividir entre a gestão da unidade e viver a gravidez. “Em dezembro de 2022 estava entrando na sala de parto e deixando a Royal Face recém-inaugurada” conta a empresária. Após 30 dias do parto, a empresária que estava animada com o nascimento do filho, teve que voltar para empresa para desenvolver o negócio que já havia sido inaugurado. Diante de uma situação que poderia parecer assustadora para muitos, Ariane encarou essa nova fase empresarial, se dividindo entre maternidade e negócios. A jornada foi repleta de desafios, mas também de realizações, e o sucesso da unidade vem da força que ela teve para cuidar de seu bebê e tocar uma empresa recém-inaugurada.
