Escolha do Papa Leão XIV surpreende e marca momento histórico de transformação da Igreja Católica
Fontes: Andrey Mendonça, professor de filosofia e estudos comunicacionais na ESPM, e Roberto Uebel, professor do curso de Relações Internacionais da ESPM
O Vaticano anunciou nesta quinta-feira (08) a eleição do novo papa. O cardeal americano Robert Prevost foi eleito e escolheu o nome de Leão XIV. “A escolha foi surpreendente por vários motivos. Em primeiro lugar por não ser um papa europeu ou de outros lugares como era o esperado. Apesar de ter nascido nos Estados Unidos, é alguém que dedicou sua vida às missões, principalmente no Peru. Tanto que no seu primeiro discurso, ele fez questão de falar em italiano, espanhol e em latim”, diz Andrey Mendonça, professor de filosofia e estudos comunicacionais na ESPM.
O professor destaca que o discurso em várias línguas foi significativo e dá sequência a algo que o papa Francisco iniciou. “A escolha do nome também é significativa. O Papa Leão XII fez a transição do século XIX para o século XX. Há uma continuidade das ideias, foi um papa que falou sobre a doutrina social da igreja, sobre as questões presentes na primeira fase do capitalismo industrial. O Papa Leão XIV falou bastante sobre construir pontes e acolher a todas as pessoas”. A fala sobre construção de pontes é uma referência a uma fala do papa Francisco em contraponto ao governo de Donald Trump.
Roberto Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM, reforça que a eleição do Papa Leão XIV marca um momento histórico e simbólico de transformação da Igreja Católica ao longo dos anos. “Nascido nos Estados Unidos, mas com atuação missionária no Peru, além de membro da Ordem de Santo Agostinho, Leão XIV representa uma mudança significativa na direção ideológica da Igreja, com um olhar mais conectado aos desafios contemporâneos e temas urgentes como justiça social, inclusão, sustentabilidade e direitos humanos.”
Sobre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Uebel destaca um contraponto simbólico: “De um lado, o conservadorismo populista americano, do outro, um Papa mais moderado e sereno. Ambos emergem do mesmo país, mas representam visões de mundo opostas. Um defende o isolamento e o nacionalismo. O outro promove a abertura, o diálogo global e o acolhimento. Um defende muros. O outro quer construir pontes.”
Os professores estão à disposição para entrevistas.
Sobre a ESPM
A ESPM é uma escola de negócios inovadora, referência brasileira no ensino superior nas áreas de Comunicação, Marketing, Consumo, Administração, Economia Criativa e Tecnologia. Seus 12 600 alunos dos cursos de graduação e de pós-graduação e mais de 1 100 funcionários estão distribuídos em quatro campi – dois em São Paulo, um no Rio de Janeiro e um em Porto Alegre. Possui cinco unidades regionais em Florianópolis, Chapecó, Goiânia, Salvador e Curitiba. O lifelong learning, aprendizagem ao longo da vida profissional, o ensino de excelência e o foco no mercado são as bases da ESPM.
Franco Origlia/Getty Imagens