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POLÍCIA CIVIL DESCARTA SUICÍDIO DE JOVEM ENCONTRADA MORTA NA BR-116 EM MANHUAÇU

 

A Polícia Civil de Minas Gerais investiga a morte de Camila Ribeiro Campos, de 22 anos, que teve o corpo encontrado caído em um barranco no km 560 da BR-116, zona rural de Manhuaçu, no início da tarde do dia 24 de setembro deste ano. Inicialmente, as informações repassadas para a polícia eram de que se tratava de um suicídio, que Camila teria pulado do barranco. Mas, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (4), a Polícia Civil descartou a hipótese.

De acordo com o delegado Felipe Ornelas, do Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa de Manhuaçu, que acompanha o caso, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal e a perícia afirmou que a morte de Camila, não foi pela queda no barranco. A perícia ainda vai apontar a causa da morte de Camila.

“Não há lesões no corpo da Camila, nenhum trauma que possa ter causado a morte. Essa queda do barranco de 1,5m não causou nenhuma lesão, apenas escoriações. Não aponta que tenha levado a sua morte”, disse.

De acordo com a PC, a Polícia Rodoviária Federal foi acionada no dia 24 de setembro na BR-116 e registrou a ocorrência. O registro aponta que, “o esposo, médico cirurgião plástico, se encontrava próximo ao local, bastante abalado e relatou aos PRFs que ele e Camila seguiam no veículo dele, de Manhuaçu com destino a Governador Valadares, quando pararam para trocar um pneu”.

Nesse intervalo, ainda de acordo com o registro, ele relatou que a esposa sofria de síndrome do pânico e, no momento em que estavam trocando o pneu, ela saiu do veículo, atravessou a rodovia e uma cerca de arame farpado e sumiu no mato. Ele e mais duas pessoas foram atrás e já encontraram Camila caída no barranco, sem vida.

De acordo com a Polícia Civil, foi feita a reconstituição do crime que durou quase duas horas. O local ficou parcialmente interditado. Na presença dos policiais, advogados, promotor e do delegado responsável, o esposo contou passo a passo, o que aconteceu.

“Fizemos a reprodução simulada dos fatos para entendermos o que pode ter acontecido. Ainda estamos nessa fase do inquérito para chegarmos a uma conclusão”, detalhou o delegado regional, Dr. Felipe Ornelas.

O empresário Saulo Campos, pai da jovem, que mora nos Estados Unidos, recebeu uma ligação de uma sobrinha, comunicando a morte da filha.

“Estava em viagem quando recebi a ligação comunicando a morte da Camila. Levei um susto, fiquei sem reação. Não explicaram quase nada do que tinha acontecido. Só falaram que nas primeiras informações ela tinha tirado a própria vida. Imediatamente peguei e vim para o Brasil”, explicou Saulo Campos. Para o pai, a morte da filha ainda é um mistério. De acordo com ele, Camila e o médico, de 56 anos, se casaram há pouco tempo. Ele disse que nunca foi a favor do relacionamento da filha.

“Eles já estavam juntos há dois anos e se casaram escondidos, sem minha autorização, até porque ela era maior de idade. Mas nunca aprovei”, detalhou o empresário. Saulo ainda informou que ficou assustado com a rapidez que a filha foi enterrada. Na segunda-feira (25) de setembro, ele já procurou o advogado e outras autoridades.

“Enterraram minha filha muito rápido, quero respostas. A morte dela é um mistério. Não fizeram nada, o celular dela não foi achado. Isso não pode ficar assim, está tudo muito confuso”, disse Saulo. O pai disse que a filha vai fazer falta. Mesmo de longe, era presente na vida de Camila e que já precisou sair dos Estados Unidos às pressas por causa da saúde dela.

“Me ligava às vezes falando que estava passando mal e precisava de mim perto dela. Eu pegava o avião e vinha imediatamente. Uma menina carinhosa, dedicada, linda. Minha filha”, finalizou o empresário.

Polícia 24h Minas