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Rituais de despedida do Papa Francisco inspiram novas práticas no Brasil

 

Tradicional na Europa e nos Estados Unidos, o embalsamamento ganha espaço entre as famílias brasileiras

O falecimento do Papa Francisco, além de comover o mundo inteiro, trouxe à tona uma discussão delicada, mas necessária: como lidamos com a despedida daqueles que amamos. No Vaticano, o corpo do pontífice foi submetido a um processo especial de embalsamamento, o que possibilitou que o velório se estendesse por mais dias, permitindo que fiéis de diferentes partes do mundo pudessem prestar suas últimas homenagens com calma e respeito. Trata-se de uma técnica amplamente utilizada nos Estados Unidos e na Europa, onde é comum que os velórios durem mais tempo, prática que começa a ganhar espaço no Brasil.

Ao adotar esse cuidado, o Vaticano permitiu não apenas a conservação física do corpo, mas também que o luto coletivo se desse de forma mais serena, sem pressa. O embalsamamento é um processo que retarda a decomposição natural do corpo e tem sido cada vez mais buscado por famílias brasileiras que desejam garantir uma despedida mais longa e acolhedora.

“Atualmente, o embalsamamento é um serviço que algumas famílias acabam procurando para ter a segurança de um velório um pouco maior, principalmente quando há parentes que moram em outras cidades ou estados, e precisam de tempo hábil para chegar e se despedir. Tudo é feito com muita seriedade e por pessoas altamente qualificadas”, afirma Regina Célia Alves Diniz, diretora administrativa e operacional da unidade Ossel Assistência de São Caetano, empresa do setor funerário com 37 anos de serviços prestados.

Além do embalsamamento, outras formas de homenagear e manter viva a memória de quem se foi têm ganhado destaque, como por exemplo, a transformação das cinzas, no caso de cremações, em joias. “Essa prática, que já é consolidada em países como Suíça, Reino Unido e Estados Unidos, começa a ser procurada também por brasileiros que desejam eternizar seus entes queridos de maneira simbólica e afetiva, e empresas especializadas conseguem produzir diamantes a partir das cinzas ou até dos cabelos da pessoa falecida, que depois são lapidados e incorporados em anéis, pingentes ou outros acessórios”, explica Diniz.

Segundo a diretora da Ossel, em tempos em que o luto é cada vez mais entendido como um processo único para cada pessoa, a possibilidade de criar rituais mais longos e significativos se torna um conforto para os que ficam. “O cuidado que o Papa Francisco recebeu mesmo após a morte nos convida a refletir sobre como queremos ser lembrados e como podemos tornar esse momento menos doloroso com amor, dignidade e tempo para dizer adeus”.

 

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