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Tarcísio age pessoalmente para debelar crise com Polícia Penal

SIFUSPESP

Segunda maior força policial do Estado ficou fora do projeto de valorização salarial da segurança pública

Diante da ameaça de paralisação dos servidores do sistema prisional paulista, o governador Tarcísio de Freitas entrou pessoalmente nas conversas entre governo e servidores para debelar a crise com parte importante da segurança pública: a Polícia Penal.

Em evento realizado em Mirandópolis, o governador conversou com representantes dos sindicatos de servidores e reforçou o compromisso de acelerar a regulamentação. Num gesto simbólico, devolveu o distintivo da Polícia Penal, com o qual havia sido presenteado ao ser eleito, com a promessa de recuperar a honraria até agosto.


Encontro em Mirandopolis: Tarcísio reforça compromisso sobre regulamentação

Foi a segunda vez que Tarcísio falou pessoalmente com os representantes dos servidores para amenizar o clima ruim entre Marcello Streifinger, secretário de Administração Penitenciária (SAP), e os representantes dos servidores, cuja relação tem sido conflituosa desde o início do novo governo. No dia 2 de maio, por chamada de vídeo, Tarcísio prometeu receber os sindicatos e com isso encerrou uma manifestação com mais de 500 pessoas em frente à Assembleia Legislativa de SP.

Os servidores protestavam contra a exclusão de 40 mil servidores da Polícia Penal no projeto de valorização da segurança pública, que reajustou salários das polícias Científica, Civil e Militar. “Aquele foi nosso primeiro gesto de diálogo com o governo. Apesar de toda a revolta dos servidores com o tratamento desigual que recebemos, demos um voto de confiança ao governador e encerramos nossa manifestação para aguardar essa reunião com Tarcísio, que ainda não aconteceu”, relembrou Fábio Jabá, presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo (SIFUSPESP).


Chamada de vídeo em 2 de maio para colocar fim a protesto

Desde então, o secretário da Casa Civil, Arthur Lima, assumiu as conversas para tentar acalmar os servidores, que avaliam adotar a chamada “operação legalidade” nos presídios, o que pode paralisar o sistema penitenciário paulista.

A regulamentação da Polícia Penal é importante porque define não só as atribuições dos servidores, mas também salários e benefícios, típicos das carreiras de segurança pública. Todos os servidores, inclusive das áreas administrativa e de especialidades, serão impactados pela regulamentação. “O último prazo dado pelo governo foi o dia 15 de agosto, quando as minutas dos projetos de regulamentação da nova força de segurança devem ser entregues para que nós possamos analisar e sugerir alterações antes que seja enviado para votação na Alesp. Considerando que o recesso parlamentar já se aproxima, fizemos mais um gesto de boa vontade, mas agosto, quando entram em vigor os reajustes salariais da segurança pública, é o nosso prazo final. Não consideramos a hipótese de ficar de fora mais uma vez”, conta Jabá.

Atraso na regulamentação
Inserida na Constituição Federal em 2019, a nova força policial foi criada apenas no ano passado e está em fase de regulamentação. São Paulo, estado com a maior população carcerária do país, com cerca de 200 mil detentos, é um dos mais atrasados no processo de regularização da nova polícia. Tarcísio assumiu o governo com a promessa de concluir a regulamentação nos primeiros 100 dias, o que ainda não foi cumprido.

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